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Redução intensiva da glicose não reduz o risco cardíaco do diabetes

23 de dezembro de 2008 (Bibliomed). Uma redução intensiva nos níveis de açúcar no sangue de pessoas com diabetes tipo 2 mal controlada não apresenta efeitos significativos na redução dos eventos cardiovasculares, como infarto e derrame, segundo estudo publicado no New England Journal of Medicine. A descoberta contraria a crença geral, de que esse controle poderia reduzir os riscos cardiovasculares.

“Você pode reduzir os eventos cardiovasculares em pacientes com diabetes tipo 2 através de um bom tratamento dos lipídios (colesterol), da pressão sanguínea e outros fatores de risco cardiovascular”, explicou o líder do estudo William Duckworth, do Phoenix Veterans Affairs Health Care Center, nos Estados Unidos. “Mas entre os pacientes mais velhos com fatores de risco controlados, o controle intensivo da glicose não acrescenta nenhum benefício significativo”, complementou.

Avaliando, por mais de cinco anos, quase 1,8 mil pacientes com média de idade de 60 anos – metade submetida ao tratamento convencional; e a outra metade, ao controle intensivo da glicose –, os pesquisadores não notaram diferenças significativas na ocorrência de eventos cardiovasculares entre os dois grupos. No grupo de controle intensivo, houve 235 casos de infarto, derrame, morte por doença cardíaca, insuficiência cardíaca, cirurgia cardíaca, ou amputação por causa de problemas na circulação. E isso ocorreu com 264 pacientes submetidos ao tratamento convencional.

Além disso, segundo os pesquisadores, não foram observadas diferenças entre os dois grupos em relação a mortes por outras causas ou outras complicações do diabetes, como problemas renais ou na visão.

Outros estudos

Os pesquisadores destacam que o valor do controle intensivo da glicose é um tópico muito controverso, pois dois estudos recentes apresentaram resultados diferentes. O estudo Advance indicou uma redução de 21% no risco de doença renal em pacientes com rígido controle do açúcar no sangue, enquanto o Accord sugere um aumento de 22% no risco de morte em pacientes sob esse tipo de tratamento.

Por isso, os especialistas destacam que mais estudos são necessários para desvendar essa relação. Mas, enquanto isso, as recomendações de manter resultados dos testes de glicose abaixo de 7% devem ser mantidas, pois pode ser benéfico para prevenir complicações do diabetes, como doença renal e problemas nos olhos.

Fonte: New England Journal of Medicine. 17 de dezembro de 2008.

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