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Uso excessivo de analgésicos pode levar a ainda mais dores de cabeça, alertam especialistas

19 de dezembro de 2008 (Bibliomed). As dores de cabeça causadas por uso excessivo de medicamentos para dor (analgésicos) são um problema global cada vez mais comum, que merece mais pesquisas e atenção de médicos e pacientes, segundo estudo publicado na edição de novembro da revista especializada Cephalalgia.

Os pesquisadores analisaram diversos estudos que exploram a incidência das dores de cabeça por abuso de analgésicos em oito países diferentes. E destacaram que esse tipo de cefaléia atinge cerca de 1% da população adulta e 0,5% das crianças mundialmente.

“As cefaléias causadas por abuso de medicamentos é associado com incapacidade grave, necessidades de tratamento não satisfeitas e poucos dados clínicos para sustentar as estratégias atuais de controle”, escreveu o neurologista David W. Dodick, especialista da Mayo Clinic e líder do estudo.

O especialista explica que essas cefaléias são induzidas por uso indevido de medicamentos, e ocorrem diariamente ou quase diariamente, desenvolvendo-se ao longo do tempo. É criada a tolerância ao medicamento e, então, “quando o paciente tenta descontinuar a medicação, podem ocorrer difíceis sintomas de abstinência”. E o uso excessivo de alguns medicamentos pode levar dores diárias similares à enxaqueca ou ao aumento da freqüência das enxaquecas.

Há a idéia de que o problema ocorra quando pacientes com dor severa exageram na busca por um alívio, usando remédios em excesso para dar conta das atividades diárias. A condição pode começar com uma dor de cabeça severa ao acordar e ser acompanhada de náusea, ansiedade, esquecimento e irritabilidade. Os autores acreditam que, se não tratadas, essas dores podem representar um problema maior do que a enxaqueca.

De acordo com os especialistas, alguns médicos preferem prescrever o uso de remédios para enxaqueca, enquanto tentam descontinuar o uso diário de analgésicos pelo paciente. E destacam que “os médicos precisam estar vigilantes sobre qual medicação prescreve para enxaqueca e outros tipos de cefaléia, e quais os medicamentos sem prescrição os pacientes estão tomando”. Isso porque, para eles, a principal estratégia de prevenção seria a comunicação médico-paciente, além do cuidado com sintomas de abstinência.

Os mecanismos da doença ainda não estão claros assim como quais pessoas são mais propensas a desenvolver a condição, por isso mais estudos seriam necessários para um melhor entendimento da doença e para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e tratamento.

Fonte: Cephalalgia. Novembro de 2008.

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