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Uso de Fitoterápicos Pode Colocar Saúde em Risco

NOVA YORK (Reuters Health) - Embora pesquisas sugiram que diversos produtos fitoterápicos podem ajudar no tratamento de problemas psiquiátricos como depressão, ansiedade e insônia, a falta de padronização e regulação destes produtos faz com que seu uso seja difícil, de acordo com um novo estudo.

"O público deve ter consciência de duas coisas antes de ir atrás de remédios fitoterápicos para sintomas psiquiátricos", disse Gregory E. Gray, do Centro Médico Martin Luther King, na Califórnia.

"Primeiro, é importante reconhecer que a composição de preparações contendo ervas vendidas nos Estados Unidos são muito variáveis e segundo, os remédios fitoterápicos podem produzir efeitos colaterais e interagir com medicamentos de prescrição", destacou Gray.

Gray e Gabrielle Beaubrun revisaram pesquisas publicadas nos últimos dez anos sobre diversos produtos que se acredita ter efeitos sobre a saúde mental e emocional: erva de São João, cava-cava, ginkgo biloba e valeriana.

O estudo está publicado na edição de setembro de Psychiatric Services.

No geral, os pesquisadores descobriram algumas evidências de estudos clínicos adequadamente desenvolvidos de que estes remédios podem ser efetivos. Mas Gray e Beaubrun comentam que diversos fatores dificultam ao médico saber como usá-los na prática.

Os pesquisadores explicam que, além da falta de padronização das preparações disponíveis, estes remédios contêm misturas complexas de substâncias químicas.

Gray e Beaubrun afirmam que diversos estudos descobriram que a erva de São João é melhor do que o placebo para melhorar os sintomas da depressão e tão eficaz quanto baixas doses de alguns antidepressivos de prescrição. Eles alertam, no entanto, que o remédio fitoterápico pode interagir com medicações prescritas.

Normalmente, o cava-cava é usado para reduzir a ansiedade. Embora diversos estudos relatem que, de fato, a erva melhora os sintomas da ansiedade, Gray e Beaubrun destacam que esses estudos eram pequenos e mais pesquisas são necessárias.

Eles alertam ainda que o cava-cava pode interagir com outras drogas que tenham um efeito sedativo ou de relaxamento, como o álcool e as benzodiazepinas.

O ginkgo biloba pode ser tomado para melhorar a performance mental. Estudos relatam que o ginkgo biloba pode melhorar sintomas como perda de memória e dificuldade de concentração, assim como fadiga, ansiedade e depressão.

Demonstrou-se também que a erva reduz a taxa de declínio mental em pacientes com Alzheimer. Entretanto, Gray e Beaubrun destacam que a maioria desses estudos eram muito pequenos e difíceis de generalizar para a prática clínica.

Muitas pessoas consomem a raiz de valeriana para ajudar a dormir. Gray e Beaubrun afirmam que a valeriana parece fazer as pessoas dormir mais rápido e acordar com menos frequência, mas que nos estudos revisados a valeriana não se saiu muito melhor do que o placebo e, às vezes, levou mais de quatro semanas para fazer efeito.

Os pesquisadores concluem que a evidência que dá suporte ao uso de remédios fitoterápicos é muito limitada para médicos os recomendarem em substituição a medicamentos convencionais.

Além disso, considerando-se os riscos de interações com outras drogas, Gray aconselha que "pessoas tomando essas preparações devem informar seus médicos, especialmente se elas estão tomando outros medicamentos".

Sinopse preparada por Reuters Health

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