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Sexo feminino: risco aumentado para enxaqueca

12 de setembro de 2007 (Bibliomed). A enxaqueca é uma doença muitas vezes incapacitante. Alguns dos sintomas relatados, estão associados são não somente à dor, normalmente insuportável, mas, em alguns casos, à falsa percepção de ver imagens como ‘focos de luz’ ou de perder momentaneamente a visão. Outros sintomas associados são: tontura, náuseas, dificuldade de concentração, fotofobia (não suportar a luminosidade) ou os ruídos muito altos. Essas situações estão relacionadas a algo que os cientistas chamam de depressão cortical do cérebro.

A revista Annals of Neurology, em junho deste ano, publicou um artigo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia, Los Angeles, no qual é afirmado que as mulheres são mais susceptíveis ao desenvolvimento de enxaqueca que os homens.

O desencadeamento da enxaqueca parece estar relacionado, segundo os pesquisadores, não somente a uma dilatação e posterior constrição dos vasos cerebrais – fato proposto no passado - mas sim a uma onda de excitabilidade cerebral. Esta excitação seria, portanto, a principal responsável pela sintomatologia.

Estatísticas demonstram que as mulheres apresentam três vezes mais episódios de enxaqueca que os homens. Segundo os pesquisadores, esses episódios seriam ocasionados pela maior predisposição do cérebro feminino, em reconhecer mais rapidamente os estímulos que desencadeiam a enxaqueca e seus sintomas. Essas conclusões foram feitas a partir de estudos com ratos machos, os quais, para desenvolver o distúrbio, necessitavam de um estímulo quase duas a três vezes maior, quando comparados às fêmeas.

Os investigadores afirmam que o desenvolvimento da enxaqueca ultrapassa as simples variações hormonais, observadas no ciclo menstrual da mulher, mas se correlaciona também a fatores genéticos e ambientais, como a dieta, estresse e mudanças no padrão do sono.

Caso os resultados do estudo sejam realmente comprovados, em relação à predisposição da mulher à onda de excitabilidade cerebral, os pesquisadores acreditam que futuramente, novos tratamentos para enxaqueca poderão ser estabelecidos.

Fonte: Annals of Neurology, June 2007; vol 61: pp 603-606

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