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Demanda por transplante de osso está longe de ser suprida

25 de Junho de 2003 (Bibliomed). Não são apenas órgãos como fígado, coração, córneas e rins que podem ser doados. Apesar de pouco conhecida, existe uma demanda igualmente grande pela doação de tecidos músculo-esqueléticos – tendões, ligamentos, meniscos e, principalmente, ossos. “Na periferia, onde hospitais recebem muitos doadores em potencial, os médicos nem sempre estão aptos a explicar como é o procedimento de retirada dos ossos. Isso prejudica o processo de captação”, ressaltou o chefe do Setor de Ortopedia Oncológica do Complexo Unifesp/SPDM, Reynaldo Jesus-Garcia Filho.

Um doador pode fornecer ossos para 20 receptores, mas muitas vezes a doação não é autorizada pela família, que teme que a aparência do corpo seja alterada. Mas a retirada dos tecidos é rápida e não muda a aparência do corpo, que, após uma hora de procedimento, é reconstituído com material plástico, ficando apenas uma cicatriz cirúrgica.

O transplante de osso é utilizado principalmente para o tratamento de tumores e substituição de próteses de quadril e joelho. A tramitação legal desse tipo de doação segue a legislação atual, válida para os demais tipos de órgãos, mas com uma diferença: não há fila única. Quando a doação é autorizada pela família, a Central de Transplantes comunica às equipes dos centros transplantadores, em sistema de rodízio.

De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, em 2002 foram realizados 624 transplantes ósseos no país, um crescimento de apenas 4,33% em relação a 2001, que teve 597. Este ano, apesar do samba-enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel, no Carnaval carioca, ter tratado do tema, o número de doações de órgãos não aumentou. “A última grande mobilização foi durante a novela Laços de Família (2000-2001), quando uma personagem precisou de um transplante de medula-óssea”, lembrou Garcia Filho.

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