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Informações sobre pacientes com Aids devem ser mais detalhadas

07 de Maio de 2003 (Bibliomed). O planejamento e a implementação de programas para controle e prevenção da Aids dependem da coleta sistemática de dados sobre a ocorrência de casos da doença. Informações sobre a ocupação do paciente e o acesso que ele tem ao preservativo, por exemplo, podem ser úteis se analisadas criteriosamente. Mas existem muitas falhas nos sistemas de notificação e investigação de pacientes com Aids nos municípios brasileiros para que eles se tornem efetivamente uma ferramenta importante no combate à epidemia da doença. Em artigo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, pesquisadores do Departamento de Endemias da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz) apontaram diversas falhas no processo de vigilância epidemiológica da Aids usado hoje pelas secretarias de Saúde.

O primeiro problema observado foi o fato do sistema de informação desconsiderar fichas de pacientes que, embora infectados pelo HIV, não apresentam sintomas. Como a vigilância epidemiológica não leva em conta essas pessoas, o desenvolvimento de ações efetivas para o controle da doença fica prejudicado. Outra falha é que para muitos pacientes heterossexuais, a categoria de exposição ao HIV é preenchida como ignorada, devido à falta de investigação detalhada dos casos. Desse modo, a freqüência da transmissão heterossexual fica subestimada, o que atrapalha as análises sobre a epidemia no município.

Além disso, numerosas fichas descrevem o paciente como “profissional do sexo” mas, apesar da importância desse dado para a vigilância epidemiológica, o sistema não aceita a atividade como um tipo de ocupação e registra a profissão como não informada. O sistema também ignora as ocupações de catador de papel e mendigo e, com isso, despreza o aumento da ocorrência de Aids entre pessoas de classes socioeconômicas mais baixas.

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