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Especialistas alertam para risco de excesso de flúor

04 de Novembro de 2002 (Bibliomed). Apesar de ser amplamente usado na prevenção da cárie, o flúor deve ser usado com parcimônia, principalmente por crianças com idades entre 11 meses e 7 anos. Quando aplicado em excesso nessa faixa etária, o produto pode causar a fluorose dental, problema que se prolonga até a idade adulta. Os dentes ficam porosos, quebradiços e adquirem uma coloração que varia de esbranquiçada a marrom, dependendo do grau das lesões, podendo prejudicar as funções de mastigação e estética. O alerta foi feito por pesquisadores da Faculdade de Odontologia da USP de Bauru (FOB).

Existem quatro fatores de risco para a doença: a água fluoretada, o leite em pó preparado com esta água, os cremes dentais e os comprimidos de flúor. “A água de abastecimento das cidades não mantém um nível constante de flúor. Por vezes há excessos e em outros momentos há falta do produto”, explicou a professora Marília Afonso Rabelo Buzalaf, do Departamento de Ciências Biológicas da FOB. Segundo a pesquisadora, os inconstantes níveis de flúor nos reservatórios de água, são prejudiciais ao consumidor. “Mesmo quando são considerados ótimos, contendo em torno de 0,7 a 1 ppm (partes por milhão) de flúor, pode causar a fluorose em até 10 % da população consumidora da água”, alertou.

O excesso de flúor também já foi detectado em alguns tipos de alimentos e bebidas, principalmente pela utilização da água fluoretada no processo de industrialização. Por isso, a pesquisadora desaconselha o consumo excessivo, principalmente pelas crianças, de achocolatados, cereais matinais e alguns tipos de bolachas que podem corresponder até 30% da dose limite de ingestão diária de flúor. O ideal, segundo a pesquisadora, é que o consumo não ultrapasse a 0,07 miligramas de flúor por quilo de peso da criança por dia. Para facilitar esse controle, Buzalaf defende a obrigatoriedade da colocação, nos rótulos dos produtos dirigidos ao público infantil, da concentração de flúor presente nos mesmos. A pesquisadora ressalta, ainda, que as crianças devem ser orientadas a não engolir cremes dentais.

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