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Belo Horizonte, 09 de Janeiro de 2002 (Bibliomed). Poucos estudos abordam os distúrbios de comunicação, não havendo, portanto, uma pesquisa ampla que indique a prevalência na população brasileira.
Ao desenvolver sua dissertação de mestrado, apresentada à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a fonoaudióloga Simone Boacnin avaliou mais de 1,2 mil casos de pessoas atendidas em um ambulatório da Universidade Castelo Branco, em São Paulo.
Uma das conclusões é que a maior parte dos portadores de desordens da comunicação é constituída por homens, sobretudo quando avaliada a faixa etária correspondente à infância.
A pesquisadora utilizou como matéria-prima 1.241 prontuários de pacientes atendidos entre 1982 e 2001 na Clínica de Fonoaudiologia do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Castelo Branco (Unicastelo), em São Paulo. Os casos foram separados por faixa etária e sexo.
A Resolução 157/96 do Conselho Federal de Fonoaudiologia serviu de base para agrupar os casos em diagnósticos específicos. A subdivisão se deu em linguagem, voz, audição e motricidade oral. A pesquisadora formulou outra categoria, chamada, associações de áreas, para os pacientes que apresentavam mais de um distúrbio.
O sexo masculino, sobretudo na faixa etária que abrange crianças e adolescentes, predominou sobre o feminino, na categoria de diagnóstico de linguagem, o que inclui a gagueira. Ao todo, foram detectados 547 casos de distúrbios de linguagem, o que indica a necessidade de se formular ações preventivas.
Quanto à motricidade oral (pessoas que projetam a língua quando falam), a pesquisadora encontrou, novamente, maior incidência no sexo masculino, com idades entre 10 e 19 anos (27 casos, ou 50,94%).
O número de casos de problemas de audição (hereditários ou causados por doença, como a meningite) também confirmou a tendência da prevalência masculina: 60 pacientes de até 9 anos, contra 52 casos entre meninas. Também os homens representaram o maior número de casos em relação à associação de áreas: 114 meninos (66,28%) e 62 meninas.
A fonoaudióloga ressalta em sua pesquisa que alguns cuidados são necessários desde o nascimento.
Na maternidade, por exemplo, o recém-nascido deve ser submetido ao exame de otoemissões para detectar possíveis danos ao aparelho auditivo e a amamentação deve ser estimulada, pois melhora alguns problemas relacionados à arcada da boca.
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