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Pesquisa brasileira testa eficácia de adesivos de nicotina

Belo Horizonte, 01 de Novembro de 2001 (Bibliomed). O Ministério da Saúde lançou, na semana passada, uma pesquisa para identificar se a utilização de adesivos de nicotina é eficaz para combater a dependência do fumo. O estudo, que será coordenado pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), também vai servir para a elaboração de um perfil da população fumante no Brasil.

O Inca é ligado ao Ministério da Saúde e é também um centro colaborador da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Tabaco ou Saúde. A pesquisa vai durar um ano e será feita com 1.200 voluntários saudáveis com idades entre 18 e 49 anos. Inicialmente, apenas moradores do Rio de Janeiro irão participar. Os primeiros resultados começam a ser divulgados já a partir de abril de 2002.

O que a pesquisa quer descobrir é se o adesivo de reposição de nicotina é eficaz no combate à dependência. Durante o tratamento, os fumantes vão passar por avaliações periódicas e terão acompanhamento dos pesquisadores. Dados da OMS afirmam que oito brasileiros morrem por hora, vítimas de doenças causadas pelo tabagismo e pela dependência química.

O cigarro é responsável, por exemplo, por vários tipos de câncer. No País, há 30 milhões de pessoas dependentes do tabaco. O índice anual de brasileiros que abandonam o vício sozinhos, no entanto, é de apenas 3%. Pesquisas revelam que 78% dos fumantes querem deixar o cigarro.

Trabalhos científicos indicam que o apoio de profissionais de saúde aumenta em 30% o número de pessoas que abandonam, com sucesso, o vício. Em todo o mundo, há 1,1 bilhão de fumantes.

Destes, 4 milhões morrem anualmente, em razão de doenças relacionadas ao tabaco. Se o consumo atual não for freado, a OMS estima que até 2020, 10 milhões de pessoas vão morrer todos os anos pela dependência. O tabagismo é causador de 90% dos casos de câncer de pulmão, que deve matar este ano cerca de 15 mil brasileiros. De 1979 a 1998, a mortalidade pela doença cresceu 56% entre homens e 108% entre as mulheres.

O tabaco é responsabilizado ainda por 80% dos casos de enfisema pulmonar, 25% dos infartos do miocárdio e 40% dos casos de bronquite crônica e derrame cerebral, sem falar em sua relação direta com os tumores de boca, laringe, faringe, pâncreas, rins, bexiga, colo de útero e esôfago.

Os voluntários interessados devem se inscrever pelo telefone (21) 3970-7416. Os candidatos serão entrevistados e selecionados. A participação é vedada a fumantes com doenças cardiovasculares e respiratórias, câncer, problemas dermatológicos, deficiência auditiva ou visual, além de portadores de qualquer tipo de transtorno mental, grávidas ou mulheres que estejam amamentando. O estudo vai avaliar a eficácia dos adesivos de nicotina, dos antidepressivos e gomas de mascar.

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