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Pediatras lutam por saúde física, mental e social das crianças

Belo Horizonte, 31 de Julho de 2001 (eHealthLA). Como impor limites e demonstrar afeto às crianças e adolescentes? Esse foi um dos temas que os médicos abordaram na semana passada, quando foi comemorado pela primeira vez no Brasil o Dia do Pediatra.

Os especialistas afirmam que problemas decorrentes do relacionamento entre pais e filhos acabam nos consultórios pediátricos: tornam-se questões de saúde. “Hoje, queremos prevenir as situações, garantindo às crianças não apenas a saúde física, mas também mental e social.

Situações vividas dentro de casa chegam aos consultórios, por exemplo, na forma de impasses com a alimentação”, explica a pediatra Márcia Gomes Penido Machado, da Sociedade Mineira de Pediatria.

A médica lembra que os valores e a vida familiar mudaram muito nos últimos anos. Atualmente, a disponibilidade dos pais para acompanhar o desenvolvimento dos filhos é menor.

A falta de tempo pode trazer dificuldades no processo educativo das crianças. Muitos pais, com pouca disponibilidade, preferem evitar os conflitos e as discussões dentro de casa, abrindo mão de impor padrões de conduta.

“O limite é algo que vai sendo construído desde o nascimento, durante o relacionamento diário. Se o pai está por perto, o limite vem de forma leve e mais objetiva, sem parecer um castigo”, ensina Márcia.

Sem a noção correta dos limites, os filhos não se ajustam socialmente e se tornam adultos também com problemas e com dificuldades em todas as áreas. O afeto é uma necessidade básica de todo ser humano e o limite é uma das formas de demonstrá-lo.

As crianças que crescem sem aprender determinados padrões de conduta costumam ser as mais carentes. “Os pais precisam ter sensibilidade suficiente para escutar a criança, entendendo a idade que ela tem.

O conceito de limite deve ser internalizado e, não, colocado de forma agressiva. Que durante o tempo disponível, os pais tentem ficar atentos à criança.

Se a anormalidade é percebida, o melhor é parar e questionar”, orienta a médica. O que não pode acontecer, ensinam os pediatras, é que a falta de tempo leve os pais a perderem as referências, permitindo que a criança se torne a autoridade máxima dentro de casa.

Os pais também devem prestar atenção às necessidades básicas dos filhos, que não são supridas com “agendas de executivo”, em que a criança tem atividades programadas, com horários definidos. Os médicos acreditam ainda que a palmada, um recurso polêmico, cala uma situação com autoritarismo, sem a garantia de resolver o problema.

O Dia do Pediatra, comemorado em 27 de Julho, foi instituído no ano passado. Os médicos dessa especialidade consideram vitórias para a saúde infantil a terapia de reidratação oral, as campanhas de valorização do aleitamento materno e as campanhas sistemáticas de vacinação. Nos próximos anos, os pediatras querem investir no combate à violência contra as crianças.

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