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Congresso discutirá o problema da desnutrição hospitalar

São Paulo, 26 de abril de 2001 (eHealthLA). A desnutrição progride à medida que aumenta o período de internação: 31,8% dos pacientes já estão desnutridos nas primeiras 48 horas de internação.

Este número aumenta para 44,5% em três a sete dias de internação, 51,2% em oito a quinze dias e salta para 61% nos doentes internados há mais de quinze dias.

Dados como estes, extraídos do Inquérito Brasileiro de Avaliação Hospitalar (Ibranutri), realizado pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE) serão utilizados durante o Congresso Nacional de Nutrição e Tecnologia (de 05 a 08 de junho), para debater esse grave problema que atinge hospitais de todo o mundo.

O Ibranutri avaliou quatro mil doentes internados na rede pública de todo o Brasil, e identificou que a prevalência da desnutrição hospitalar é de 48,1% e que em menos de 20% dos doentes houve alguma referência ao seu estado nutricional.

Segundo Luciana Zuolo Coppini, especialista em Terapia Nutricional Enteral e Parenteral pela SBNPE, a desnutrição é responsável direta por maiores índices de morbidade - cicatrização mais lenta de feridas, aumento na taxa de infecção hospitalar e nos índices de reinternação e maior tempo de internação (principalmente em pacientes de UTIs)- e mortalidade.

“A desnutrição de um paciente acontece por vários fatores, entre eles a desatenção do nutricionista e a falta de tempo, interesse e consciência das equipes de saúde quanto à importância do estudo nutricional do paciente. E também por puro descaso”, avalia.

Avaliação nutricional

Entre as conclusões fornecidas pelo estudo da SBNPE estão: a atenção com o estado nutricional dos pacientes é mínima, provavelmente por falta de consciência dos profissionais da saúde sobre a relevância do assunto, e a indicação e o uso de nutrição enteral e parenteral são menores do que as recomendadas pela literatura: só 6,1% dos doentes internados receberam tratamento com nutrição enteral e 1,2% do tipo parenteral.

“Muitas vezes o paciente não está comendo não porque está doente, mas sim porque não está habituado ao tipo de comida que está sendo oferecido pelo hospital. É preciso que haja uma avaliação nutricional subjetiva e que toda a equipe esteja entrosada”, ensina.

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