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Aumentam Casos de HIV Resistente a Drogas, diz Estudo

Por Maggie Fox

WASHINGTON (Reuters)
- Chega a 14 por cento o número de casos de HIV resistente a drogas entre as novas infeções dos Estados Unidos, isso significa que para cada novo caso diagnosticado é preciso identificar quais drogas podem falhar, informaram médicos na quarta-feira.

Na Europa, pelo menos 10 por cento das pessoas infectadas recentemente têm uma forma viral resistente à droga, informaram pesquisadores em um encontro científico sobre Aids, referindo-se a estudos realizados na França e na Suíça.

As notícias são assustadoras para os pacientes que terão menos opções de drogas para tratar a doença, avaliaram os especialistas.

"Acho que para pessoas infectadas recentemente, o teste de resistência é muito válido", disse em entrevista a chefe de um dos estudos, Susan Little, da Universidade da Califórnia, em San Diego.

Os médicos têm debatido a validade dos testes mas, para Little, as conclusões do estudo mostram que muitas pessoas estão sendo infectadas por uma forma do vírus que já sofreu mutação e que é resistente aos efeitos de algumas das 15 drogas que estão sendo usadas para tratar a infecção por HIV.

Isso significa que estão se acumulando desvantagens contra os pacientes antes que comecem qualquer tratamento.

A equipe de Little analisou testes de sangue de 394 pacientes em oito cidades dos Estados Unidos, sendo que nenhum deles recebeu nenhuma droga contra HIV até o momento dos testes.

Os pesquisadores usaram um teste, fabricado pela ViroLogic de South San Francisco, que avaliou o vírus contra várias drogas anti-HIV.

Do total, 14 por cento dos pacientes apresentavam resistência a, pelo menos, uma droga, informou Little na 8a Conferência Anual sobre Retroviroses, em Chicago.

Os pesquisadores compararam pessoas infectadas entre 1995 e 1998 a infectadas entre 1999 e 2000. O pesquisadores verificaram um grande salto no número de pessoas que contraiu a forma do vírus resistente a drogas. "O número foi de 3,5 por cento entre 95 e 98 para 14 por cento entre 99 e 2000", disse Little.

Quando avaliaram resistência múltipla a drogas -- resistência simultânea a dois ou mais tipos de drogas -- os números foram de 0,4 por cento dos infectados entre 95 e 98 para 5,8 por cento dos infectados entre 99 e 2000.

A equipe testou o sangue dos pacientes no momento do diagnóstico e algum tempo depois, sendo possível verificar se algo ocorreu.

Conforme o esperado, esses pacientes não melhoraram quando tomaram coquetéis de drogas.

"Demoraram mais para atingir a supressão virológica e um número menor conseguiu a supressão", disse Little.

"Quem conseguiu a supressão foi mais propenso a falhar no primeiro regime. Não se saíram bem com a terapia", explicou a especialista.

Little acredita que se cada paciente com HIV for testado para resistência a drogas logo que for diagnosticado, os médicos poderiam decidir melhor que drogas receitar e quais seriam uma perda de tempo.

Outra equipe do Hospital Universitário Basel e do Instituto de Bioinformática da Suíça testou 197 pessoas com HIV entre 1996 e 1999. Verificaram que em 1996, 8,6 por cento dos testados estavam infectados por um vírus resistente a pelo menos uma droga. O número subiu para 14,6 por cento em 1997 mas caiu para 5 por cento em 1999.

Uma equipe francesa do Hospital Necker, em Paris, e da Agência de Pesquisa INSERM testou 108 pacientes com HIV e verificou que 10 por cento tinham vírus resistentes a pelo menos uma droga.

Sinopse preparada por Reuters Health

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