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Proteína Ajuda na "Autodestruição" de Células Cancerosas

02 de Fevereiro de 2001 (Bibliomed). Pesquisadores descobriram uma proteína que desempenha um papel-chave no programa de suicídio celular que ocorre naturalmente no organismo, que é importante na eliminação de células doentes, lesadas ou envelhecidas.

Os cientistas descobriram que a proteína estava em falta ou danificada em pelo menos algumas células de câncer de cólon e o restabelecimento da proteína - em estudos laboratoriais -- fizeram com que as células cancerosas se autodestruíssem.

Atsushi Suzuki, da empresa Daiichi Pharmaceutical, em Tóquio, Japão, e associados esperam que a proteína, conhecida como SADS (do inglês 'small-accelerator for death signaling' -- pequeno acelerador para sinalização da morte), possa ser uma forma potencial de tratar o câncer de cólon.

As descobertas do estudo estão publicadas na edição de janeiro de Nature Medicine.

A SADS parece atuar em conjunto com outra proteína, chamada Fas, conhecida como um receptor da morte. A SADS foi encontrada em diversos tecidos normais no organismos que normalmente passam por rápida transformação celular, incluindo o cólon, o baço e o intestino delgado.

Quando Suzuki e sua equipe analisaram as células cancerosas de sete pacientes com tumores no cólon, eles descobriram que a proteína SADS estava em quantidade reduzida ou ausente em quatro dos sete pacientes. Em seis pacientes havia anormalidades no gene da SADS.

Além disso, através do aumento artificial dos níveis de SADS nas células do câncer de cólon em laboratório, os cientistas conseguiram induzir a morte em células que já fabricavam Fas.

"Demonstramos um possível envolvimento da eliminação da SADS no câncer de cólon", disse Suzuki à Reuters Health. "E ativamos a morte celular no carcinoma de cólon como resultado de uma expressão exogenética da SADS. Acreditamos que a SADS é um dos (fatores envolvidos no desenvolvimento do câncer)", acrescentou o pesquisador.

Suzuki e sua equipe descobriram que as células com SADS expressa poderiam induzir a autodestruição nas células com SADS deficiente, caso entrassem em contato com outra.

Isso sugere que pode ser possível tratar o câncer de cólon com algum tipo de terapia genética que introduz um gene de SADS expressa nas células do corpo, concluíram os cientistas.

As descobertas representam um "avanço substancial" na compreensão do mecanismo suicida da células, de acordo com um editorial de Hiroshi Takahashi, do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston.

Takahashi disse que "já que a SADS está expressa em diversos tipos de células, incluindo fígado, pulmão, linfócitos (células sanguínea branca) e intestino delgado, assim como cólon, esperamos que a regulação descendente dessa molécula esteja envolvida em diversos tipos de células de câncer".

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