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Novo Escândalo Com Órgãos Envolve Crianças Vivas na Inglaterra

29 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). O hospital britânico envolvido no escândalo de retenção de órgãos admitiu na sexta-feira que uma empresa farmacêutica recebeu partes de corpos de crianças vivas em troca de doações financeiras.

O hospital negou-se a identificar a empresa, mas fontes disseram que glândulas timo retiradas durante cirurgias cardíacas complexas no Hospital Infantil Alder Hey, em Liverpool, foram fornecidas à Imtix Sangstat entre 1991 e 1993.

A empresa, que comercializa produtos de transplantes na Europa, não estava à disposição para comentar o assunto.

A Imtix Sangstat, parte da Pasteur Merieux Connaught desde 1998, comercializa duas drogas anti-rejeição, Thymoglobulin e Lymphoglobuline, assim como a solução de preservação de órgãos, Celsior.

Uma investigação do governo do Reino Unido sobre a remoção de milhares de órgãos diferentes de crianças mortas no hospital Alder Hey sem o consentimento dos pais deve ser concluída em breve.

O último escândalo parece ter envolvido crianças vivas -- e novamente os órgãos foram aparentemente removidos sem o consentimento dos pais.

Uma porta-voz do hospital explicou que, às vezes, foi necessário retirar o timo para realizar uma cirurgia cardíaca complexa.

"O hospital pode confirmar que por um breve período entre 1991 e 1993 essas (glândulas) foram disponibilizadas a uma empresa farmacêutica para pesquisa e que tínhamos consciência, durante esse período, que contribuições eram feitas ao departamento de cardiologia do hospital", de acordo com o hospital.

Os pais das crianças de Liverpool reagiram com repúdio às últimas revelações. O ministro da Saúde, John Hutton, disse que é "absolutamente apavorante" o fato dos órgãos terem sido removidos das crianças e dados a empresas farmacêuticas sem os pais terem sido notificados.

"Como pai, acredito que o consentimento é a questão importante nesse caso. Se os pais tivessem consentido, tudo bem, mas se eles não consentiram, da" é totalmente inaceitável. Temos que chegar à base (da questão) o mais rápido possível", afirmou Hutton à Sky News.

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