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O uso regular de salbutamol não reduz o controle da asma

WESTPORT, 12 de maio (Reuters Health) – O uso regular do broncodilatador agonista beta-2 salbutamol (albuterol) inalatório parece não apresentar efeito negativo sobre o controle da asma, relatam pesquisadores do Reino Unido na edição de 13 de maio de The Lancet.

O Dr. Tak H. Lee do Hospital Guy, em Londres, e colaboradores observaram que havia suspeitas de que o uso regular de agonistas beta-2 inalatórios, como o salbutamol, poderia levar à deterioração do controle da asma e um aumento das exacerbações.

Para averiguar isto, os pesquisadores estudaram 983 pacientes que usavam agonistas beta-2 de curta duração pelo menos duas vezes por semana, isoladamente ou em combinação com corticosteróides inalatórios. Os indivíduos foram selecionados aleatoriamente para receber 400mcg de salbutamol quatro vezes ao dia ou um placebo através do inalador de pó seco Diskhaler. Os pacientes continuaram com os corticosteróides e broncodilatadores inalatórios de acordo com a necessidade.

Ao final dos 12 meses de estudo, não foram observadas diferenças entre os grupos em termos de “taxa anual e tempo de duração das exacerbações”.O pico de fluxo expiratório matinal (PEF) foi similar entre os grupos, mas o PEF vespertino médio foi maior no grupo em uso de salbutamol.

Um declínio no PEF matinal “freqüentemente é tomado como evidência de labilidade da asma e mau controle”, eles observam. Contudo, como a variabilidade diurna do PEF observada no grupo do salbutamol foi devido a aumento do PEF vespertino, os pesquisadores acreditam que isto “não reflete um controle ruim”.Além disto, o uso de brocodilatadores de emergência foi menos freqüente entre os pacientes do salbutamol.

Em um comentário acompanhando o estudo, o Dr. Malcolm R. Sears da Universidade McMaster em Hamilton, Canadá, observa que “não existem efeitos danosos no tratamento regular com salbutamol, mas também não existem benefícios claros”.Se o tratamento regular com broncodilatadores é necessário para controle da asma, ele acredita que “agentes de longa duração serão preferíveis aos agonistas beta de curta duração”.

Lancet 2000;355:1658-1659,1675-1679.

Sinopse preparada por Reuters Health

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