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Problema da fala na infância pode levar a distúrbios em adulto

02 de Janeiro de 2001 (Bibliomed). O senso comum diz que problemas da fala na infância podem deixar marcas até mesmo no adulto. Agora, uma equipe de pesquisadores canadenses está divulgando os resultados do primeiro estudo que confirma as implicações psiquiátricas de longo prazo dos distúrbios da fala e linguagem registrados na infância.

As conclusões enfatizam "a importância de uma intervenção efetiva e precoce" para sanar os problemas de fala e linguagem das crianças.

A equipe de Joseph Beitchman, da Universidade de Toronto, acompanhou por 14 anos mais de 240 pessoas examinadas pela primeira vez aos 5 anos de idade.

Conforme os pesquisadores, "crianças com problemas de linguagem apresentaram incidência significativamente mais alta de distúrbios de ansiedade quando adultas, comparadas a crianças sem o problema".

O trabalho foi publicado na edição de janeiro do Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry.

A equipe verificou que distúrbios de ansiedade e personalidade anti-social estavam presentes em grau estatisticamente significativo entre jovens de 19 anos que tiveram problemas na fala ou linguagem aos 5 anos de idade.

Entre os distúrbios de ansiedade, a fobia social foi o problema mais diagnosticado. "Não é de surpreender que muitas crianças com problemas de fala desenvolvam e manifestem psicopatologias associadas ao ato de falar com outras pessoas, falar em público e interagir socialmente", explicam os autores.

Em homens jovens, foi detectada uma associação entre problema de linguagem e distúrbios de personalidade anti-social, caracterizados pela falta de conexão emocional com outras pessoas assim como ausência de culpa normalmente associada ao ato de fazer coisas erradas.

Os pesquisadores não encontraram relação entre problemas na fala e linguagem na infância e dependência química ou distúrbios afetivos, como depressão e mania.

Além da relação com distúrbios de personalidade anti-social masculina, "nenhuma outra associação ligada a sexo foi verificada". Segundo os pesquisadores, havia relativamente poucas mulheres no grupo estudado, fato que pode ter dificultado a verificação de uma associação estatística.

Como os resultados do estudo são intrigantes, os autores enfatizam que "são necessárias mais análises para revelar os processos envolvidos nestas associações".

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