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Jovens devem ser questionados sobre suicídio?

28 de julho de 2023 (Bibliomed). Falar abertamente sobre o suicídio pode diminuir as chances de os adolescentes atentarem contra a própria vida, indica estudo da Penn State College of Medicine, nos Estados Unidos.

Para avaliar o benefício potencial de perguntar aos adolescentes sobre pensamentos suicidas, os pesquisadores trabalharam com alunos de 14 escolas de ensino médio da Pensilvânia. Cerca de 46% dos quase 13.000 alunos do estudo eram meninas e 43% eram negros ou hispânicos.

Os autores usaram um questionário de saúde padronizado. Seu principal objetivo era rastrear os sintomas do transtorno depressivo maior. Compreendeu nove questões, sendo a última sobre suicídio e automutilação.

Em trabalhos anteriores, os investigadores determinaram que administrar o questionário a todos os alunos era a melhor maneira de identificar o risco de depressão, em vez de confiar em encaminhamentos de alunos em risco com base em maus resultados acadêmicos ou problemas de comportamento.

Mas, ao incluir a pergunta 9, os administradores escolares enfrentaram a tarefa de encaminhar todo e qualquer aluno considerado em risco de suicídio para assistência imediata de aconselhamento no mesmo dia, conforme exigido pela lei estadual.

Metade das escolas matriculadas administrou todas as nove perguntas aos alunos da 9ª e 11ª séries, enquanto apenas oito perguntas foram feitas aos alunos da 10ª e 12ª séries. As escolas restantes inverteram o roteiro, oferecendo todas as nove perguntas, incluindo aquela sobre suicídio e automutilação, para alunos do 10º ao 12º ano.

Os resultados mostraram que aqueles que responderam à pergunta 9 tiveram quase oito vezes mais chances de obter suas necessidades de saúde mental atendidas rapidamente. Já a versão de oito perguntas errou cerca de 30% dos adolescentes que teriam sido considerados em risco de suicídio se tivessem feito a pergunta 9.

Os autores enfatizam que mesmo a versão completa de nove perguntas não pretende ser uma triagem completa para o suicídio. Mas as descobertas sugerem que incluir uma pergunta que aborde o suicídio parece fazer diferença, e qualquer esforço futuro para formular uma avaliação de risco específica de suicídio teria um impacto ainda maior no início do tratamento para jovens identificados.

Fonte: The Journal of Pediatrics. DOI: 10.1016/j.jpeds.2022.07.036.

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