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Especialistas Alertam para Perigo do "Ecstasy Líquido"

NOVA YORK (Reuters Health) - Muitos usuários o consideram inofensivo, mas o GHB -- o chamado ecstasy líquido -- parece estar por trás da morte de uma mulher que tomou uma única dose da droga, afirmam pesquisadores.

O GHB está envolvido em outras mortes. Os cientistas dizem, no entanto, que este é o primeiro caso de uma fatalidade relacionada somente ao GHB, conhecido quimicamente como gama-hidroxibutirato.

De acordo com Stephen J. Kish, do Centro de Dependência e Saúde Mental, em Toronto, Canadá, a morte ajuda a dissipar a idéia popular de que não é o GHB, mas os usuários de drogas que a tomam, que representa um perigo.

O estudo será publicado na edição de maio de 2001 de Journal of Forensic Sciences, mas foi liberado antes devido a sua importância para a saúde pública.

O GHB, como o ecstasy, é uma "droga clubber" popular entre adolescentes e adultos jovens.

A droga clara e líquida é um sedativo que age em oposição direta aos efeitos estimulantes do ecstasy. Muitos usuários usam as drogas em combinação para uma experiência semelhante a uma "montanha-russa". O GHB já foi relacionado a agressões sexuais, por isso ganhou a reputação de ser uma das drogas "de estupro".

Em entrevista à Reuters Health, Kish disse que o GHB é, "essencialmente uma pílula para dormir -- ela te deixa mais lento e sem energia".

Altas doses da droga podem deprimir o sistema respiratório, levando ao coma e à morte. Kish afirmou que, caso vítimas de overdose sejam levadas rapidamente ao pronto-socorro, é muito provável que elas sobrevivam.

O pesquisador destacou que, no caso da mulher de 22 anos que morreu, ninguém reparou nela até que fosse tarde demais.

Uma autópsia revelou que o GHB era a única droga presente em seu organismo.

Normalmente, o GHB está associado a um ambiente "clubber", mas a droga está sendo usada por praticantes de musculação devido a sua alegada capacidade de aumentar os níveis de hormônio do crescimento.

A droga era vendida em lojas de alimentos e suplementos até o início da década de 90.

Kish destacou que, atualmente, o GHB está sendo estudado como um tratamento potencial para o distúrbio de sono narcolepsia. Ele explicou que, sob supervisão médica, a droga pode restabelecer padrões de sono mais normais em pacientes com o problema.

Quando é usado com outros fins, o maior problema é que os jovens acham que o GHB é seguro, disse Kish. O pesquisador destacou que, quando usuários exageram na dose, "eles irão dizer que a culpa não foi do GHB, mas do álcool consumido junto, mas só o GHB pode matar".

Sinopse preparada por Reuters Health

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