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Paciente Brasileiro Integra Estudo de Droga Anticâncer nos EUA

SÃO PAULO (Reuters) - O tratamento com o STI571, droga experimental para tratar leucemia mielóide crônica (LMC), "salvou minha vida", disse na terça-feira o paciente Eduardo Marafanti, primeiro brasileiro a participar de estudos com o medicamento nos Estados Unidos.

"O paciente de leucemia tem uma estatística de resultados diferente dos critérios científicos. Para nós, ela é de zero ou 100 por cento. Se o tratamento der certo, como vem dando comigo, o resultado é 100 por cento", afirmou Marafanti, diretor de uma empresa de logística, durante coletiva de imprensa promovida pelo laboratório Novartis em São Paulo para anunciar o início de testes com a droga no Brasil.

Marafanti, que recebeu o diagnóstico de LMC -- um tipo de leucemia que costuma atingir pessoas de meia-idade ou mais velhas que se caracteriza pela proliferação de células sanguíneas cancerosas -- em 24 de março de 1998, conseguiu participar dos estudos com o STI751 com a ajuda da Internet.

No final do ano passado, o paciente, que não vinha respondendo bem ao tratamento tradicional com interferon -- proteína natural que recupera o sistema de defesa -, soube por intermédio da irmã que uma nova droga para tratar LMC estava sendo estudada por um pesquisador na Universidade de Oregon, em Portland, EUA.

Através da Internet, localizou o cientista responsável pelo estudo, o hematologista Brian Druker, e enviou uma mensagem em inglês com um relato detalhado de seu caso.

Após algumas trocas de emails, Marafanti desembarcou em 15 de janeiro nos EUA para uma consulta com o médico.

Desde então, participa como voluntário nos estudos de fase 2 com o STI751, fabricada pelo laboratório Novartis, tomando quatro cápsulas do medicamento ao dia, num total de 400 miligramas.

"Após três semanas de tratamento, meu hemograma foi normalizado", disse Marafanti. Antes do tratamento, sua taxa de leucócitos era de 70.000 por milímetro cúbico, baixando para 4.500 por milímetro cúbico, nível relativamente normal, após o período. Druker acompanha pela rede a evolução do tratamento de Marafanti, que envia por email resultados de exames de sangue ao médico a cada 15 dias. Além disso, a cada três meses, Marafanti viaja aos EUA para realização de outros exames e acompanhamento.

Sinopse preparada por Reuters Health

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