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Cada pessoa tem um conceito do que é ser feliz

27 de fevereiro de 2013 (Bibliomed). Simplificar o que é felicidade e o que pode tornar as pessoas felizes é uma tendência da sociedade atual, que visa, principalmente, criar demandas de consumo. Contudo, essa prática pode produzir uma redução dos diferentes sentidos e interpretações do que é ser feliz.

Segundo estudo realizado no Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo (USP), a tendência é que se seja menos feliz quanto mais se fala na felicidade.

O autor do estudo, o psicólogo Luciano Espósito Sewaybricker explica que a definição do que é felicidade e a tendência à banalização imposta pela sociedade compartilha do conceito de Modernidade Líquida, de Zygmunt Bauman, o que sugere que a satisfação em massa e imediata não garante a felicidade.

Sewaybricker buscou conceituações de felicidade feitas por pensadores de várias épocas para uma aproximação com o conceito de Modernidade Líquida. O autor utilizou pensadores como Platão, Aristóteles, Zenão de Cítio, Epicuro, Santo Agostinho, Bentham, Kant e Freud, buscando em suas obras respostas para quatro perguntas relacionadas à felicidade.

Alguns pesquisadores buscavam aproximar a felicidade da virtude, do prazer ou do destino. Contudo, todos compartilhavam da ideia de que a felicidade é reconhecida como um ideal da existência.

Após a realização das análises das obras desses autores, Luciano combinou as definições encontradas à Modernidade Líquida de Bauman, que, segundo ele, faz um desenho teórico da sociedade atual.

A Modernidade Líquida proposta por Bauman diz que, ao perseguir a “solidez”, ou seja, a estabilidade que propõe a modernidade, a sociedade percebeu que o “sólido” é inalcançável. Com isso, as pessoas começaram a flexibilizar as metas da vida, o que o autor metaforiza como “líquido”, e essa flexibilização leva à busca por laços transitórios, planejamentos a curto prazo e gratificações imediatas.

Luciano explica que, considerando todos os conceitos de felicidade estudados, pode-se compreender a felicidade como um tema polissêmico, uma vez que seus múltiplos significados e interpretações impedem generalizações. Além disso, toda essa polissemia leva a discussão à esfera individual, ou seja, cada pessoa tem sua condição de felicidade, que está relacionada às suas concepções, desejos e realizações, sendo feliz da forma como lhe aprouver.

Fonte: Agência USP, 25 de fevereiro de 2013

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