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Neste Artigo:
- Introdução
- Disfunção Erétil
- Mecanismo da Ereção
- Causas da Disfunção
- Alternativas Terapêuticas
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"A pílula azul do amor, o Viagra (Sildenafil), talvez seja a opção mais
conhecida para o tratamento da disfunção erétil, popularmente chamada de impotência
sexual. É importante, entretanto, que se saiba que as drogas orais não são as únicas
alternativas terapêuticas e, para alguns casos de disfunção orgânica grave, nem são
as mais indicadas".
Introdução
O implante de próteses penianas, uma prática que vem sendo realizada apenas nos últimos
30 anos, apresenta resultados satisfatórios em 80% a 90% dos casos. É indicado para
disfunções mais graves de origem orgânica. O desejo sexual, o apoio e a compreensão da
parceira são fundamentais para o sucesso desse tratamento. O Sistema Único de Saúde
(SUS), que já financiava a cirurgia para implante de prótese peniana, passou,
recentemente, a pagar também a prótese. Antes, o SUS autorizava apenas a realização da
cirurgia, sendo responsabilidade do paciente a compra da prótese.
Disfunção Erétil
É a incapacidade do homem de obter e/ou manter uma ereção suficiente do pênis de modo
a permitir uma relação sexual completa. Deve-se considerar a relação sexual completa,
desde a penetração vaginal até a ejaculação.
De acordo com o médico do Serviço de Andrologia do Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Minas Gerais, Dr. Reginaldo Martello, a disfunção erétil pode
ser classificada de três modos: completa, moderada e mínima. Quando completa, o homem
consegue uma ereção por curtíssimo tempo, insuficiente para a realização do ato
sexual. Muitas vezes, nem atinge a ereção. Na disfunção moderada, ele tem ereções
parciais e, em determinados momentos, totais. Por isso, consegue às vezes completar o ato
sexual. Se há disfunção mínima, o homem realiza, na maioria das vezes, ereções
suficientes para finalizar o ato. Mas em determinadas situações, ele tem dificuldade de
manter o pênis em ereção por muito tempo.
Uma das pesquisas mais completas sofre disfunção erétil, chamada Male Aging Study, da
Universidade de Massachusetts, avaliou centenas de homens entre 40 e 70 anos. Dos cerca de
52% que apresentaram disfunção erétil, 10% tinham disfunção completa, 25% moderada e
17% mínima. Outro ponto identificado pelo estudo, foi o fato de a disfunção se agravar
com o avanço da idade. Entre os homens com 70 anos, 67% apresentaram problemas com a
ereção. Entre os de 40 anos, o índice de disfunção era de 39%.
Existem alguns fatores de risco para a disfunção: idade avançada, uso de álcool,
cigarro, maconha, cocaína e administração prolongada de alguns medicamentos
anti-hipertensivos e antidepressivos. A prevenção não é possível para todos os casos,
mas o controle da glicose, a prática de atividades físicas e a ingestão de dieta rica
em frutas e vegetais podem ajudar a retardar o aparecimento de doenças que afetam a
vascularização do pênis.
Mecanismo da Ereção
A ereção do pênis depende de fatores psicológicos, neurológicos e circulatórios. É
iniciada por estímulos psicogênicos, por exemplo, desejo e fantasias sexuais, e
reflexogênicos, sobretudo o toque na área genital. Esses dois tipos de estímulos
provocam a liberação de substâncias químicas, principalmente óxido nítrico, que
promovem a dilatação das artérias existentes no pênis e a expansão das lacunas dos
chamados corpos cavernosos. A região torna-se bastante irrigada por sangue. Com a
dilatação das artérias, há a compressão das veias, impedindo a saída do sangue. Todo
o processo provoca um aumento da pressão na região dos corpos cavernosos, levando à
rigidez. Na ausência de estímulo sexual e diante de situações de ansiedade, são
liberadas no organismo substâncias adrenérgicas que provocam contrações dos corpos
cavernosos e perda da ereção.
Causas da Disfunção
Podem ser orgânicas ou não-orgânicas. Entre as causas orgânicas estão: vasculares,
neurológicas e outros motivos. As causas vasculares estão relacionadas às doenças que
provocam prejuízo à circulação sangüínea como diabetes, hipertensão arterial,
tabagismo crônico e processos que levam à arteriosclerose, ou seja, ao entupimento das
veias. Os problemas neurológicos mais comuns que podem levar à impotência são lesões
medulares (paraplegia e tetraplegia); cerebrais (Mal de Parkinson) e dos nervos
periféricos, provocados por alcoolismo, cirurgias abdominais e genitais. Menos
freqüentes, mas também significativas, estão causas hormonais e penianas (problemas de
curvaturas e deformidades), além de doenças crônicas de fígado e de rins.
Na classificação das causas não-orgânicas podem ser listados fatores psicológicos,
tais como perda da auto-estima, ansiedade, medo do desempenho, problemas conjugais e falta
de conhecimento sobre a sexualidade. "As causas psicológicas representam a metade
dos casos de disfunção, sendo a grande maioria relacionada a homens mais jovens",
afirma o Dr. Reginaldo Martello. Também a depressão e doenças psiquiátricas graves
podem alterar a capacidade de ereção.
Alternativas Terapêuticas
As últimas três décadas foram decisivas para o tratamento da disfunção erétil, com o
advento de diversas opções terapêuticas. Atualmente há a disposição no mercado
injeções, próteses e medicamentos orais.
As próteses surgiram nos anos 70. A maioria é de silicone, possui um pequeno filamento
metálico por dentro, sendo flexível. Há diversos tipos no mercado, com tamanhos
diversos, ângulos diferenciados e até mesmo importadas. Algumas são ativadas por uma
espécie de "bolsa" de ar ou líquido, implantada juntamente com a prótese, e
acionada pelo paciente. Normalmente, é o próprio homem que ao manejar o pênis coloca-o
na posição adequada para o ato sexual. O implante é feito por cirurgia. São colocadas
duas próteses na região dos chamados corpos cavernosos.
Há também a opção das auto-injeções com drogas dilatadoras das veias (Fentolamina,
Prostaglandina EI, isoladas ou associadas). A aplicação é feita pelo próprio homem,
cerca de 10 a 15 minutos antes do início da relação sexual. Muitos pacientes não se
adaptam às injeções pelo constrangimento que pode causar. Dores locais, ereções
prolongadas e queda de pressão são efeitos colaterais raros mas possíveis.
Recentemente, foram desenvolvidos pelas indústrias farmacêuticas as drogas orais, com
ação periférica (local), como Sildenafil (Viagra) e Vardenafil (lançado recentemente).
A Apomorfina é outro medicamento novo que estará em breve à venda e tem ação no
sistema nervoso central.
Para as causas psicológicas, é fundamental a realização de psicoterapia ou terapia
comportamental. O médico andrologista Reginaldo Martello lembra que o apoio da parceira e
o diálogo entre o casal são essenciais para o sucesso de qualquer desses tratamentos.
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20
de Setembro de 2001
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