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Lipoaspiração das pernas

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste Artigo:

- Introdução
- Indicações e Contra-Indicações
- Aspectos Técnico-Cirúgicos
- Complicações e Prognóstico
- Conclusão

"A Lipoplastia dos membros inferiores ganhou popularidade nas últimas duas décadas. Este procedimento já foi considerado uma área repleta de complicações e resultados insatisfatórios, mas os inúmeros avanços técnicos ocorridos no final dos anos 90, associados a ênfase cada vez maior na estética perfeita, conduziram a lipoplastia dos membros inferiores, de volta a um lugar de destaque."

Introdução

Em 1964, Schrudde realizou procedimentos estéticos no tornozelo, utilizando pequenas incisões. A lipossucção dos membros inferiores (MMII) ou aspiração da gordura local, foi popularizada por Illouz em 1977, que recomendava esculpir cirurgicamente as faces interna e externa das coxas.

Em 1994, Gasperoni e Salgarello, utilizando cânulas pequenas e incisões mínimas, popularizaram a lipossucção superficial 1-2 mm abaixo da pele. Em anos mais recentes, Rohrich e colaboradores desenvolveram técnicas de lipossucção assistida por ultra-som, melhorando o resultado da lipoplastia dos Membros inferiores.

Indicações e Contra-Indicações

A lipoescultura é um complemento importante em muitos procedimentos de cirurgia plástica. O candidato ideal, para redução de acúmulos localizados na coxa, possui um peso levemente acima do ideal e uma coxa com aparência pesada, porém mal-definida medial e lateralmente.

O paciente ideal deve estar com uma boa saúde geral e com um bom tônus e elasticidade cutânea.

Contra-indicações

É importante avaliar o paciente quanto à presença de padrões vasculares superficiais e insuficiência venosa. Pacientes com passado de flebite ou varizes periféricas podem apresentar inchaço de resolução mais demorada no pós-operatório. O resultado estético também tende a ser pior.

Aspectos Técnico-Cirúgicos

Como em qualquer outro procedimento cirúrgico, o paciente deve ser orientado a suspender o uso de aspirina, antiinflamatórios, vitamina E, álcool e tabaco, além de reduzir o consumo de sal nas duas semanas que antecedem a intervenção.

Detalhes pré-operatórios

As marcações nos MMII devem ser feitas com o paciente sentado, permitindo uma boa diferenciação dos depósitos de gordura, da musculatura e dos tendões subjacentes. Primeiramente, devem ser delineados os limites dos principais acúmulos gordurosos na região dos tornozelos.

As marcas para incisão (quatro ao todo) devem ser feitas lateral e medialmente no tornozelo e no joelho. Podem ser feitas marcas para incisões adicionais (p.ex.: na raiz da coxa e na prega das nádegas) para obter um contorno melhor.

Detalhes da cirurgia

O paciente é colocado deitado de barriga para cima. A lipossucção da face anterior deve ser feita com as pernas estendidas, ao passo que a lipossucção da porção interna das coxas deve ser realizada com as pernas dobradas (posição de "sapo").

A abordagem da face lateral da coxa pode ser feita com o paciente em deitado de lado. A face posterior pode ser abordada, dobrando-se as pernas sobre o abdome ou girando-se o paciente.

Os princípios importantes para obter um resultado satisfatório incluem utilizar técnicas anestésicas locais e cânulas apropriadas.

Na coxa, a lipossucção de depósitos localizados pode ser realizada do modo habitual. Contudo, para lipoaspirar circunferencialmente a coxa, o procedimento deve ser realizado em 3 níveis. Primeiro, a cânula deve ser posicionada profundamente, 1-2 cm abaixo da pele. Após este tempo, a lipossucção deve ser feita em um nível intermediário, a 0,5-1 cm, na base da gordura subdérmica. Finalmente, a lipossucção deve ser realizada 1-2 mm abaixo da pele, com o orifício da cânula voltado para baixo.

Para a região lateral da panturrilha, o paciente deve ser posicionado de lado e a sucção direcionada para baixo e então também circunferencialmente.

A lipoaspiração dos tornozelos deve ser feita através de duas incisões mediais e duas incisões laterais. A cânula nunca deve ser posicionada sobre o tendão de Aquiles.

Detalhes pós-operatórios

Mladick propôs algumas manobras intra-operatórias para reduzir o inchaço do pós-operatório. Após a lipossucção do primeiro membro, o acúmulo de líquido deve ser "ordenhado" através da incisão e a perna deve ser envolvida em uma banda elástica. Terminada a lipossucção do segundo membro, ambas pernas devem ser desenfaixadas, medidas e avaliadas quanto à simetria do contorno. Após este re-exame, as pernas devem ser novamente enfaixadas.

Na sala de recuperação, as pernas devem ser mantidas elevadas. O paciente deve deambular até o banheiro no primeiro dia pós-operatório, aumentando progressivamente o nível de atividade física. Os curativos são trocados no quarto dia de pós-operatório e o paciente deve utilizar meias de média-compressão por cerca de 2 meses.

Complicações e Prognóstico

Podem ocorrer ruptura da cápsula articular do joelho, a qual deve ser tratada com bandagens elásticas e antibióticos.

Podem ocorrer também manchas na pele e ruptura de pequenos vasos superficiais e depressões no tornozelo. Lesões superficiais no tendão de Aquiles são raras.

Infecção, flebite, tendinite pós-traumática e artrite são complicações incomuns. Cerca de 10% dos pacientes apresentam um espessamento persistente na região dos tornozelos. Deformidades no contorno dos MMII podem ocorrer, assim como em qualquer outra região submetida à lipoaspiração.

Conclusão

Apesar da lipoaspiração dos membros inferiores não ser isenta de complicações, avanços recentes levaram a um aumento na satisfação dos pacientes submetidos ao procedimento. As complicações costumam ser mínimas, apesar do período de recuperação prolongado.

Copyright © 2007 Bibliomed, Inc.                                            03 de dezembro de 2007