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Stress – o que é?

© Equipe Editorial Bibliomed

Neste Artigo:

- O que é o Stress?
- O que causa o stress?
- Quais os sintomas do stress?
- O que é o sistema de crenças?
- Como obter alívio do stress?
-
Sugestões para Controle do Stress

O que é o Stress?

O stress é uma doença de adaptação ao meio, em que o indivíduo, em função das estimulações, excitações e agressões externas, acaba produzindo uma escalada progressiva na defesa de seu organismo. No início é só um aumento do alerta geral, estimulando o sistema vegetativo e o cérebro para se defenderem. O stress pode ser até benéfico no desempenho, pois estimula a atenção nas tarefas e a prontidão nas contrações musculares. A situação de stress se inicia, por exemplo, em funcionários de empresas, quando estes são requisitados além de seus limites, para que as suas empresas sejam cada vez mais competitivas no mercado ("Burn out"). Este fator é um constante gerador de esforço muito grande, que leva ao stress.

O corpo todo funciona como uma orquestra afinada que quando diante de uma grande tensão, apresenta cansaço de alguns de seus "membros", os quais começam a dar sinais de cansaço e já não trabalham mais em sintonia. A orquestra do corpo toca o ritmo da vida, com equilíbrio preciso. Porém, quando o stress ocorre, esse equilíbrio é quebrado e não há mais entrosamento entre os vários órgãos e cada um trabalha em um compasso diferente.

Segundo especialistas, nossa natureza busca o equilíbrio por um impulso natural e, quando este não acontece, o organismo faz um esforço extra para restabelecer o equilíbrio anterior. É esse esforço que vem a ser a resposta adaptativa do ser humano, que às vezes exige um considerável desgaste e utilização de reservas de energia física e mental.

Quando esse esforço atinge o limite que o indivíduo poderia suportar, e quando os estímulos estressantes são contínuos e de longa duração, ele pode se transformar em doenças, das mais diversas. Dessa forma, o corpo dá um álibi para que a pessoa modifique sua rotina.

O que causa o stress?

O stress pode ser "medido por fora", isto é, por fatores externos e desagradáveis – situações traumáticas, acidentes, perda de um ente querido por morte ou afastamento, roubos, perda do emprego, perda da liberdade. E pode até mesmo ocorrer devido a fatores externos positivos, desde que impliquem em uma mudança brusca no estilo ou na qualidade de vida de uma pessoa – tais como ficar rico de repente, casar-se, mudar-se de país, etc. Isto significa que fatores ruins e bons podem ocasionar o stress, pois essas mudanças tiram o indivíduo de seu ritmo natural, forçando-o a adaptar-se às novas situações.

Já os fatores internos são os mais decisivos, e são estes que mostram que dois indivíduos sujeitos ao mesmo fator externo têm reações bastante diferentes, podendo um desencadear o stress e o outro não. A perda do emprego, por exemplo, pode ser muito ruim para um executivo que acredita que, pela idade, não conseguirá outro emprego. Mesmo que ele tenha recursos para sobreviver modestamente até o fim da vida, ele pode se sentir desamparado sem o vínculo com a empresa, o status de seu cargo, a remuneração mensal e o padrão de vida do qual tem medo de abrir mão. Um outro indivíduo, pelo contrário, pode encarar a perda do emprego como uma boa oportunidade para fazer algo diferente, começar seu próprio negócio e testar novas habilidades, transformando um hobby em profissão, sem se importar com a aparente segurança que uma empresa proporciona.

Os fatores internos são as nossas disposições mentais e posturas internas, os quais nos levam a reagir mais ou menos intensamente aos fatores externos do quotidiano. Essas posturas internas, adquiridas ao longo da vida, são ensinadas na comunidade onde o indivíduo habita e onde ele precisa sobreviver socialmente, economicamente e filosoficamente. Nem sempre, porém, os desejos internos combinam com as imposições sociais, e isso gera um conflito que, se não for identificado, tratado e modificado, pode evoluir para sintomas físicos.

Quais os sintomas do stress?

Na fase reativa, o aumento da escalada de excitação leva a reações instantâneas e profundas do organismo. Mas o corpo se mobiliza e faz de tudo para restabelecer o equilíbrio perdido. As vísceras procuram recuperar o estado de constância interna. O coração bate mais forte e mais rápido para suprir o oxigênio e a energia consumidos, o trato gastro-intestinal se paralisa para dar espaço ao sistema cárdio-motor. O sangue desaparece da pele, deslocando-se para os músculos esqueléticos e ficando em prontidão para a ação.

Além disto, a visão não consegue mais focalizar o detalhe e, junto com o cérebro, vasculha todo o horizonte em busca de um ataque inesperado. A mente não pára de cogitar das surpresas que o podem prender em armadilha. Instala-se uma espécie de pânico.

Durante a fase de stress, o organismo libera muito cortisol e isso afeta diretamente a memória, causando falhas, esquecimentos, pequenos lapsos. O marco de nossa resistência é quando os sintomas aparecem. Por um lado, esse momento tem seu aspecto positivo, pois é quando a pessoa vem a conhecer seu limite para o stress.

O stress pode ser "medido por dentro", quando a pessoa responde para si mesma se algumas coisas abaixo estão ou não acontecendo com ela:

- as coisas me irritam facilmente.

- sinto um cansaço enorme.

- tenho resfriados e gripes com freqüência.

- ando muito distraído, tem dias em que só quero dormir.

- sinto uma tristeza que não passa.

- não tenho mais de onde tirar forças para continuar.

- sinto dores difusas em várias partes do corpo.

- se pudesse, não iria trabalhar e não falaria com ninguém.

- quando percebo, estou gritando com as pessoas.

- sinto crises de pânico.

- às vezes, penso que vou morrer logo.

- qualquer mínimo ruído me incomoda.

- sinto medo.

- principalmente, ando muito esquecido.

O que é o sistema de crenças?

Pessoas com rígidas posturas mentais têm maior tendência a desencadear stress, uma vez que vivem em luta para controlar tudo à sua volta, dominar, fazer-se respeitado em suas vontades e crenças, querendo que o ambiente lhes seja cem por cento generoso e favorável, o que nem sempre é possível. Em outras palavras, a pessoa não flexível, não vulnerável e impaciente com o meio externo tenta adaptar-se aparentemente, mas por dentro, ao mesmo tempo, não deseja abrir mão de suas convicções e por isso entra em conflito.

Quem já teve uma forte crise de stress possui uma grande probabilidade de reincidência, a não ser que aprenda a:

- entender o que o estressou.

- reconhecer os sintomas.

- identificar seus limites de resistência.

- lidar com as causas.

É muito importante, para sair do stress, que a pessoa aceite reavaliar seu sistema de crenças, que não necessariamente são suas crenças religiosas, embora estas também se incluam na lista. São as nossas crenças do cotidiano, do nosso estilo de vida: acreditar que tal profissão é melhor para o filho, que tal casamento é bom para a filha, que tal maneira de vestir-se ou de agir é boa para ser aceita em seu meio, que acumular dinheiro leva à segurança, que tal empresa garante a estabilidade no emprego. Lembrando que os medos também são crenças – por exemplo, a pessoa tem medo de se aventurar em novo trabalho, por medo de fracasso ou rejeição.

Como obter alívio do stress?

Existem formas de se combater o stress, e uma delas, muito importante, é a psicoterapia com profissionais especializados em stress. Mas nem todos têm acesso à psicoterapia, por questões econômicas, e estes também precisam sair do stress. Como lidar com esta dicotomia?

Para combater o stress é preciso manter o ritmo biológico, respeitando, sobretudo, o sono de qualidade e gozar de atitude de introspecção. O stress não ocorre quando o ritmo biológico está em harmonia. Comer de acordo com a fome e liberar as vísceras para fluírem naturalmente no seu ritmo próprio de equilíbrio é um dos passos a serem seguidos.

Mudanças de atitude mental favorecem bastante o alívio do stress, ou seja, quando não damos a um fato uma dimensão tão grande, o fato não incomoda e não provoca desgaste ou tensão.

Sugestões para Controle do Stress

Meditar sobre uma frase de Gandhi pode ajudar uma pessoa com stress: "Sem resistência não há luta". Isto quer dizer que o indivíduo paciente e tolerante, ou que aprende a desenvolver essas características, não entra em conflito com os fatos que lhe acontecem e não desenvolve facilmente o stress.

Identificar completamente – e sem receio de enfrentar - os próprios desejos e as próprias frustrações, praticar a aceitação, a flexibilidade, o bom humor, independente do que esteja acontecendo externamente, ajuda a combater o stress.

O mais difícil, no entanto, é manter-se equilibrado num mundo cada vez mais desequilibrado. Difícil, mas não impossível.

Copyright © 2007 Bibliomed, Inc.                                        08 de outubro de 2007