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Os Números da Terceira Idade

Há uma clara tendência indicando o aumento progressivo da população de idosos nas próximas décadas, considerando-se aqui como idoso as pessoas de 65 anos ou mais.

No inicio do século nos Estados Unidos, somente 4% da população atingia os 65 anos de vida, sendo que em 1980 observou-se que 12% já atingia essa idade. Acredita-se que 20% da população norte-americana no início do próximo século terá idade superior a 65 anos.

Estima-se que até o ano de 2025 ocorrerá um aumento de 30% na população de idosos do primeiro mundo o que representará cerca de 25% da população de adultos. Tais números indicam claramente que haverá um aumento na população de idosos com diminuição da população ativa com relação à população inativa ou de aposentados.

Há 50 anos a expectativa de vida de um brasileiro era de 43 anos. Hoje esta expectativa está em torno de 68 anos, sendo que para o século 21 deverá chegar a 73 anos. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nosso país deverá ter a sexta população mais idosa do planeta no ano 2025 com 34 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o que representará 14% de nossa população.

O grande desenvolvimento da Medicina no século XX, tanto no que diz respeito ao processo curativo quanto à prevenção de doenças, está na base desses números. Evidentemente a prosperidade econômica, e o aprimoramento na alimentação são também fundamentais ao aumento da expectativa de vida.

Outro fator que contribuiu para o envelhecimento da população brasileira é a queda na taxa de fecundidade observada nos últimos 30 anos: na década de 60 o número de filhos por mulher era de cinco, e atualmente caiu para 2. Desta maneira a previsão de crescimento demográfico em nossa população não se confirmou, estando prevista uma diminuição da população de jovens para os próximos anos.

O aumento da população de idosos é uma importante conquista de nossa sociedade. Este fato, entretanto, gera uma série de novas circunstâncias relacionadas à manutenção da saúde, manutenção de habilidades físicas, cuidados médicos e de enfermagem especiais, alem de gerar modificações ambientais, visando sempre os cuidados com o idoso. Com o avançar da idade o grau de independência individual diminui, gerando conseqüências ao meio em que o idoso vive: necessidade de acompanhante, de locais apropriados, diminuição na altura de degraus nos ônibus, ou aumento no tempo de sinal de trânsito de trânsito, etc.

Há também uma tendência a aumentar os cuidados com a saúde, que em determinadas circunstâncias são especiais, como por exemplo, a utilização de dietas apropriadas. Tais fatos exigem o aprimoramento de todos os setores relacionados com a Terceira idade e evidentemente um significativo aumento de custos.

Paradoxalmente observa-se que apesar do grande desenvolvimento da sociedade moderna a terceira idade se mostra mais suscetível aos efeitos dos traumatismos, das infecções e também às reações adversas a medicamentos do que era no passado. A tendência a urbanização de nossa sociedade reflete-se sobre a terceira idade trazendo seus graves problemas, como por exemplo, acidentes, violência, etc. A inserção da mulher na força remunerada do trabalho afastou a mesma de seus cuidados com a família com evidentes reflexos sobre os cuidados com o idoso.

Dr. João Roberto D. Azevedo

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