Artigos de saúde

Castigo Físico às Crianças Ainda Amparado Pela Lei Inglesa

Todos os países tem os seu graves defeitos: nos Estados Unidos são as armas; na Alemanha, o excesso de velocidade; e na Grã-Bretanha, são as agressões às crianças por seus pais, com a justificativa de educá-las.

Em um editorial publicado na revista British Medical Journal da última semana, o Dr. Tony Waterston, do Community Paediatric Department, General Hospital, em Newcastle upon Tyne, Grã-Bretanha, comenta acerca do documento divulgado pelo Departamento de Saúde britâniconeste mês, que diz claramente que "muitos pais achariam bem-vindas medidas educativas acerca de como lidarem com seus filhos, para discipliná-los sem violência física", mas que deixa uma abertura para o castigo físico ao dizer que "podem existir ainda ocasiões nas quais os pais ... podem considerar que seja adequado disciplinarem uma criança através de castigo físico".

A verdade é que a maioria dos pais britânicos usa o castigo físico nas crianças, sendo este um método arraigado em sua sociedade.

O castigo físico infantil é a mais questionável das técnicas para educação - tem efeitos adversos significativos, pois mesmo fazendo o que os pais querem após ter sido espancada, a criança não aprende o comportamento que seria o desejável. Além disso, a criança aprende que a violência é uma solução para os conflitos interpessoais, tornando os outros métodos difíceis de serem usados por ela ao crescer, podendo aumentar a sua agressividade.

Uma abordagem de Saúde Pública para o problema, e para ensinar e disciplinar as crianças quando necessário, ao agirem de maneira inadequada, deveria incluir: a disseminação da técnicas de "positividade" para os pais; a educação dos pais nas escolas; linhas telefônicas e grupos de suporte para os pais; uma mudança nas leis, para tornar a punição física um crime; e o reconhecimento de que o castigo físico é uma violação dos direitos humanos.

Fonte: BMJ 2000;320:261-262 (29 January)

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