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Mitos e Verdades da Sexualidade no Climatério

As verdades e mitos sobre a sexualidade da mulher no climatério têm provocado polêmica dentro do próprio universo feminino e acirrado o interesse de especialistas da saúde, que tentam desmistificar os conceitos errôneos que se têm sobre o tema.

Segundo a ginecologista e obstetra, Luciana Sereno França, para cada idade e situação específica, há um tipo de qualificação e quantificação na resposta sexual, e que a sexualidade não acaba com a chegada de uma determinada idade ou momento de vida, e que esta só termina quando deixamos de existir. Ela ressalta que a sexualidade não é um momento e sim uma vivência, uma interação e um contínuo aprendizado de como expressar nossas emoções.

Embora a fase do climatério traga uma série de incômodos para as mulheres, é possível ter uma vida saudável, tanto no que se refere à parte física quanto à emocional e sexual. Para isso, é necessário que as mulheres tenham mais acesso às informações sobre esta etapa de suas vidas, além de uma maior compreensão daqueles que compartilham de seu dia-a-dia.

Sintomas

Os primeiros sintomas do climatério são alterações do fluxo menstrual e distúrbios neuro-vegetativos, como ondas de calor e sudorese profusa. Este período se caracteriza pela falência ovariana com a queda de produção hormonal (estrogênio e progesterona) cujo marco principal é a chamada menopausa.

Geralmente a menopausa tem início entre os 45 e 55 anos. Mas, há casos de mulheres que entram na menopausa antes dos 40 anos - é a chamada menopausa precoce - ou acima dos 60 - a menopausa tardia.

O começo do climatério está relacionado também a fatores somáticos ou psíquicos, ou até mesmo à condição social da mulher.

Nesta fase, há grandes alterações na vida das mulheres. Os sintomas vão desde a diminuição da lubrificação vaginal causando atrofia da mucosa, incontinência urinária e até cistites de repetição.

Alterações do humor, nervosismo, depressão e cansaço também são comuns nesta fase, além do risco da osteoporose e doenças cardiovasculares.

Na opinião da ginecologista Luciana França, essas alterações causam repercussões psíquicas que talvez sejam as mais importantes no climatério. Ela explica que com a queda da capacidade reprodutiva, muitas mulheres acreditam diminuir também a capacidade de produção, uma vez que a maioria já está aposentada e com os filhos criados. Ela se sente sozinha e desamparada. É a "Síndrome do ninho vazio", e também do grande mito da "velhice" assexuada, concluiu.

Acompanhamento no Climatério

Para a ginecologista Luciana França, a falta de informação durante o climatério, contribui para sedimentar o estado depressivo nas mulheres. Caberá, segundo ela, ao profissional da área de saúde, de qualquer especialidade, atender a essa paciente, aceitando-a sem pré-julgamentos, com atenção, respeito, carinho, pois há uma expectativa imensa, com desejos e exigências a serem relevadas.

Com relação a sua sexualidade, a médica ressalta que é atribuição desses profissionais, redimensionar alguns valores, com propostas mais definidas para melhorar a qualidade de vida de suas pacientes.

Para ela, "a grande verdade sobre climatério e sexualidade, é que em todo momento que nos encontrarmos diante da vida, devemos ser felizes sempre, mantermos uma inter-relação afetiva positiva, pois a sexualidade não se resume em padrões meramente sexuais, e sim, num envolvimento maior, onde vários sentimentos envolvem pessoas com uma enorme vivência e conhecimento mútuo. Descaracterizar estes mitos impostos ou criados por um meio, que vincula a beleza e a sexualidade à jovialidade, se torna importante na medida que valorizamos a maturidade como um dos objetivos que temos".

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