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18 de setembro de 2012 (Bibliomed). Os exames feitos atualmente para medir a audição periférica em idosos não são suficientes para detectar todas as possíveis alterações auditivas que eles podem sofrer. A conclusão é de pesquisa realizada na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
A pesquisa visou comparar dois grupos de idosos por meio da análise comportamental – o primeiro grupo composto por pessoas com comprometimentos cognitivos leves (pessoas funcionalmente normais, mas com queixas de memória mais avançadas e um maior potencial para desenvolver Alzheimer) e o segundo formado por pessoas sem nenhum problema cognitivo identificado – para ver se a avaliação comportamental e eletrofisiológica do processamento auditivo central poderia ser um bom instrumento na identificação do Transtorno do Processamento Auditivo Central.
O Transtorno do Processamento Auditivo Central caracteriza-se por um déficit no processamento da informação auditiva, o que pode interferir na compreensão da fala, especialmente em ambientes com ruídos, ou seja, a pessoa não consegue compreender o que está falando.
Os resultados da pesquisa mostraram que nos dois grupos analisados existiu uma alta incidência de alterações no processamento auditivo central. Dentre as dificuldades encontradas estão, por exemplo, problemas para se concentrar em ouvir uma história enquanto há ruídos no ambiente, dificuldade para compreender certas palavras quando elas não são ditas de maneira bastante clara ou a demora para identificar sons e reagir a eles.
Segundo os pesquisadores, o que chama a atenção para a pesquisa é a alta incidência de casos entre o grupo de pessoas sem problemas cognitivos, o que indica que os exames realizados atualmente não estão conseguindo identificar os problemas auditivos nos idosos de uma maneira completa. No teste de processamento temporal, que avalia o tempo de resposta a um estímulo ou informação, por exemplo, quase todos os participantes dos dois grupos apresentaram alterações.
Os cientistas afirmam que esses problemas auditivos interferem de forma significativa na qualidade de vida dos idosos, pois, muitas vezes, eles podem se isolar em uma conversa por não conseguir compreender o que se está falando, o que pode resultar em depressão.
A boa notícia é que as alterações que surgiram nos testes podem ser trabalhadas e revertidas por meio de treinamento auditivo em cabine acústica. Contudo, o resultado é melhor quanto mais precocemente o problema for identificado.
Fonte: Agência USP, 14 de setembro de 2012
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