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26% dos jovens de Belo Horizonte já sofreram bullying

05 de setembro de 2012 (Bibliomed). O bullying tem se tornado cada vez mais presente na mídia popular, e uma nova pesquisa desenvolvida na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) traz mais informações para a compreensão desse fenômeno.

O nome bullying é dado à prática de agressões físicas ou emocionais, brincadeiras ofensivas e intimidações. Os locais onde se percebe mais claramente essas situações são as escolas, por serem onde crianças e adolescentes interagem mais. Mas o problema ocorre também entre adultos, e o local de trabalho pode se tornar palco de ofensas.

A mestranda Michelle Ralil desenvolveu uma pesquisa em que foram analisados 598 adolescentes entre 14 e 17 anos. Eles responderam a um questionário feito sobre bullying como parte da pesquisa Saúde em Beagá, feita pelo Observatório de Saúde Urbana em Belo Horizonte (OSUBH). A análise das respostas dos jovens mostrou que 26% deles já sofreram bullying.

A decisão de abordar o problema através dos relatos das vítimas é contrária a uma tendência que permeia a maioria dos estudos realizados pelo tema, que analisam os agressores. Isso facilita a associaçãoentre os fatores dos relatos do bullying e uma melhor compreensão do perfil da vítima.

Essa abordagem permitiu que a pesquisadora identificasse três comportamentos fortemente presentes entre as vítimas: elas são propensas a se envolverem em brigas, se sentem excluídas em festas e não podem conversar com seus pais.

Ralil acredita que o próximo passo é buscar a compreensão de como essas questões afetam o comportamento adolescente. “Por exemplo, temos que investigar se a associação com a desestrutura familiar e o fato de não conseguir conversar com os pais é resultado de uma influência forte na personalidade desses adolescentes que os impede de socializarem-se adequadamente e os predispõe como vítima de bullying”, explica a pesquisadora.

A dissertação foi defendida em 23 de março desse ano, na Faculdade de Medicina da UFMG.

Fonte: Saúde Informa, nº 22 - Ano III – Belo Horizonte – agosto de 2012