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Profissionais Terão Manual Para Auxílio no Combate ao Fumo

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os médicos brasileiros terão uma nova ferramenta para ajudar os pacientes a deixar de fumar. Além de preparar um manual com orientações para profissionais de saúde no tratamento de fumantes, especialistas reunidos no 4o Simpósio Internacional sobre Tratamento do Tabagismo, realizado sábado no Rio, formaram um comitê para criar a seção latino-americana da Society for Research on Nicotine and Tobacco (Sociedade para Pesquisa em Nicotina e Tabaco).

Conforme a psiquiatra Analice Gigliotti, coordenadora do simpósio, o manual de orientações deve estar pronto em um mês e tem o aval das Sociedades Brasileiras de Psiquiatria, Cardiologia, Cancerologia e Angiologia.

O documento deve conter esclarecimentos sobre tratamentos disponíveis, além de reforçar a importância da ajuda especializada para quem quer parar de fumar.

Segundo Gigliotti, entre as pessoas que tentam parar de fumar sem auxílio psicológico e medicamentoso, apenas 2 a 5 por cento permanecem abstinentes ao final do primeiro ano. Entre os que receberam ajuda especializada, esse índice chega a 30 por cento no mesmo período.

"É fundamental informar que se as pessoas não conseguem parar de fumar sozinhas, precisam procurar ajuda", disse à Reuters, Analice Gigliotti.

A prevenção da recaída foi um dos principais temas do simpósio. Os especialistas ajudam os pacientes a enfrentar situações e hábitos que podem contribuir para a recaída, como frequentar lugares públicos em que se fuma, convívio com amigos fumantes, consumo de café e bebidas alcoólicas. Além disso, deve haver uma preocupação com o comportamento familiar diante do estresse provocado pela crise de abstinência.

A idéia é mostrar ao paciente que mesmo quando ele falha e fuma nessas situações não é preciso abandonar o tratamento e voltar ao hábito.

Outro assunto debatido no simpósio foi o aumento do tabagismo entre os jovens. A diretora do Programa de Controle do Tabagismo dos Estados Unidos, Cathy L. Backinger, disse durante o evento que, mesmo com a proibição da venda de cigarros para menores de 18 anos, mais de 6 mil adolescentes experimentam o cigarro a cada dia no país e cerca de metade se torna fumante regular.

Conforme dados divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) durante o simpósio, no Brasil existem cerca de 2,4 milhões de fumantes entre 5 e 19 anos e um terço da população adulta fuma.

O evento contou com a participação de 250 profissionais de saúde e representantes da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, Inca e especialistas estrangeiros.

Sinopse preparada por Reuters Health

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