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Risco de Câncer de Pulmão em Não-Fumante Aumenta Entre Obesos

Por Amy Norton

NOVA YORK (Reuters Health) - Ao contrário de estudos anteriores, pesquisadores descobriram que a obesidade pode colocar não-fumantes sob risco de câncer de pulmão.

Em um estudo comparando pacientes com câncer de pulmão a pacientes saudáveis do grupo "de controle", pesquisadores descobriram que aqueles com o maior índice de massa corporal (IMC) apresentavam mais do dobro do risco de sofrer de câncer de pulmão do que aqueles com o IMC menor. Todos os pacientes com câncer nunca fumaram ou fumaram raramente nos dez anos anteriores.

Enquanto o fumo está relacionado à maioria dos casos de câncer de pulmão, outros fatores -- como exposição ao fumo passivo, radônio e amianto, -- contribuem para a doença.

Estudos anteriores haviam mostrado que, na verdade, um IMC alto -- uma medida baseada na relação entre peso e altura -- protege contra o câncer de pulmão.

Este último estudo, publicado na edição de setembro do American Journal of Epidemiology, desafia essas descobertas.

Garth H. Rauscher, da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, coordenou o estudo.

Em entrevista à Reuters Health, a co-autora da pesquisa, Susan T. Mayne, disse que a maioria dos estudos sobre câncer de pulmão se concentrou em fumantes. Segundo Mayne, da Universidade Yale, em New Haven, Connecticut, isso, no entanto, levou a uma percepção equivocada de que a obesidade diminui o risco de câncer de pulmão.

Mayne destacou que, uma vez que fumantes tendem a ser mais magros do que não-fumantes, isso poderia levar a descobertas de que mais peso ajuda a evitar o câncer de pulmão.

Os resultados desse estudo demonstram que a obesidade pode ser, na verdade, um fator de risco independente para o câncer de pulmão, explicou Mayne.

Os pesquisadores analisaram 412 pares de pacientes com câncer e pessoas saudáveis do grupo de controle. Além da relação entre a obesidade e o câncer de pulmão, eles descobriram que, de alguma forma, a obesidade era um fator de risco mais forte em mulheres do que em homens.

A obesidade continuou sendo um fator de risco, apesar a exposição dos participantes ao fumo passivo e, entre ex-fumantes, da frequência e de quanto tempo eles fumaram.

Mayne destacou que essas descobertas estão de acordo com evidência demonstrando que a obesidade contribui para vários outros tipos de câncer. Ela acrescentou que não se sabe ainda porque a obesidade está relacionada ao câncer. Mas cientistas acreditam que isso pode ter ligação com os hormônios.

Até agora, sabe-se que pessoas obesas apresentam níveis mais altos de insulina, um hormônio que pode agir como um fator de crescimento para células cancerosas.

Sinopse preparada por Reuters Health

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