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Material híbrido favorece colocação de enxerto vascular

22 de junho de 2011 (Bibliomed). Pesquisadores do Instituto de Química (IQ) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um novo tipo de material para enxertos vasculares, que combina substâncias sintéticas e naturais. Criado pela química Mariana Carvalho Burrows, o protótipo é uma forma de trama híbrida que favorece a adesão e proliferação das células que formarão o tecido substitutivo das veias e artérias lesionadas. O componente também aumenta a biocompartibilidade em relação aos enxertos feitos apenas de compostos sintéticos.

A base do material é o Poli(etilenotereftato) (PET), já usado em enxertos pela capacidade de contrair e dilatar sem perder suas propriedades mecânicas, e colágeno, um material biológico que é o principal componente da matriz extracelular, responsável pela adesão entre células.  Segundo o professor do IQ Luiz Henrique Catalani, o colágeno aumenta a biocompatibilidade do material, permitindo o recobrimento com células endoteliais (que compõem o tecido dos vasos sanguíneos) e, assim, afastando os riscos de trombos como embolias, coágulos, deposição plaquetária, que podem obstruir o enxerto.

A fabricação do material se dá a partir do processamento dos dois componentes por meio da técnica de eletrofiação, que produz fibras e as entrelaça em uma malha não orientada. As fibras possuem uma arquitetura semelhante à da matriz extracelular. Essa trama é posteriormente colocada em uma cultura de células endoteliais, onde acontece a formação do tecido propriamente dito.

A técnica que utiliza o PET só é válida para vasos com diâmetro superior a 6 milímetros. Contudo, a nova técnica pode fazer com que vasos de espessura inferior também possam ser enxertados. “O uso de malhas híbridas de polímero-colágeno associadas ao processo de endotelização proporciona melhorias no enxerto, as quais poderão permitir no futuro sua utilização em vasos com baixos diâmetros”, conclui Mariana. 

Fonte: Agência USP, 20 de junho de 2011

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