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Estudo associa tratamento para câncer de próstata ao risco de catarata

30 de dezembro de 2010 (Bibliomed). Homens idosos que optam pela terapia de bloqueio hormonal para tratar o câncer de próstata parecem ter um aumento no risco de desenvolver catarata - doença marcada pela opacificação da lente ocular (cristalino) -, segundo estudo recentemente publicado na revista científica Annals of Epidemiology.

De acordo com especialistas americanos, o hormônio masculino testosterona ajuda a impulsionar o crescimento do câncer de próstata. Por isso, um em três homens com a doença opta pela chamada terapia de privação de andrógeno - que suprime a produção do hormônio - em forma de medicamentos ou com cirurgia de remoção dos testículos. Entretanto, esse tratamento aumenta os riscos de obesidade e diabetes - dois fatores associados à catarata.

Acompanhando cerca de 66 mil pacientes com câncer de próstata com mais de 65 anos, os pesquisadores observaram que aqueles que passaram por alguma forma de privação de andrógenos tinham mais chances de ter catarata. Segundo os autores, os homens tratados com drogas hormonais tinham 9% maior risco de desenvolver catarata, e os poucos que passaram pela remoção cirúrgica dos testículos tinham 26% mais chances de terem o problema ocular. E os efeitos eram mais fortes entre aqueles sem histórico prévio de catarata.

Embora os resultados sejam significativos, os pesquisadores destacam que ainda não está claro se este tratamento para o câncer de próstata causa o problema ocular. Além disso, o aumento no risco de catarata seria relativamente pequeno, pois muitos pacientes são submetidos à terapia de privação de andrógenos, mas apenas 5% dos casos de catarata poderiam ser atribuídos a esse tratamento.

“Com a terapia de privação de andrógenos tão comumente utilizada como parte do tratamento de pacientes com câncer de próstata, é importante termos um entendimento completo das consequências negativas da terapia”, destacou a pesquisadora Jennifer Beebe-Dimmer, do Instituto Karmanos de Câncer, nos Estados Unidos. “Pacientes devem ser monitorados cuidadosamente enquanto em terapia de privação de andrógenos, para novos diagnósticos de diabetes e, potencialmente, catarata”, acrescentou a especialista.

Fonte: Annals of Epidemiology. 15 de dezembro de 2010.

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