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Estudo Avalia Ligação de Álcool e Sexo Entre Universitários

Por Keith Mulvihill

NOVA YORK (Reuters Health) - Estudantes universitários, levados pela emoção da conquista sexual e do álcool, tendem a ter mais "transas", ou encontros sexuais casuais, com estranhos ou com pessoas que acabaram de conhecer, conforme relatório publicado no Journal of Sex Research.

"Quando as pessoas pensam em sexo casual, normalmente imaginam ter relações sexuais com uma pessoa recém-conhecida ou com um estranho. Muitas vezes, a experiência é desprovida de emoção", disse Elizabeth L. Paul, do College de Nova Jersey, em Ewing.

"Contudo, nossa pesquisa mostrou que essas experiências podem, muitas vezes, ser altamente variadas como também emocionalmente complicadas", explicou a pesquisadora.

A equipe de pesquisadores enviou questionários para 555 estudantes universitários, com perguntas sobre a frequência das relações sexuais até os sentimentos sobre sexo e intimidade.

Mais de 90 por cento dos estudantes responderam, fornecendo aos pesquisadores dados suficientes para relatar as experiências sexuais típicas de homens e mulheres jovens.

"Nosso objetivo era entender melhor a experiência do sexo casual, a partir da perspectiva dos estudantes universitários de hoje. Também quisemos apreender o conceito de 'hookup' (semelhante ao 'ficar' no Brasil) para a comunidade científica", disse Paul à Reuters Health.

"Descobrimos que as 'transas' podem envolver uma variedade de experiências sexuais com ou sem relações. O melhor prognóstico de comportamento e personalidade para estudantes que tiveram a maioria dos encontros com relações sexuais foi aquele que mostrou um jogo de romantismo ou uma personalidade que busca emoção", acrescentou.

"Muitas vezes, o álcool desempenhou um papel importante na decisão sobre se os estudante iriam ou não ter uma transa e, se tivessem, que tipo de atividade sexual teriam."

Os pesquisadores detectaram três grupos de estudantes: o primeiro, que não se envolveu em transas, e os outros dois que tiveram encontros com e sem relação sexual.

A equipe de Paul relatou que, no total, 78 por cento dos estudantes tiveram transas. Mais homens (47,5 por cento) relataram ter feito sexo durante a relação que mulheres (33,3 por cento).

Cerca de 80 por cento dos estudantes que fizeram sexo durante a relação-relâmpago relataram o uso do preservativo.

A equipe também verificou que 28 por cento dos estudantes que tiveram encontros sem sexo nunca mais viram os parceiros. O número subiu para 49 por cento entre os que fizeram sexo.

A equipe relatou que, independentemente do encontro incluir relações sexuais, apenas 12 por cento das transas levaram a um relacionamento romântico. Em média, estas relações duraram cerca de quatro meses.

Os estudantes que beberam até o ponto de intoxicação e os que fizeram "jogo de sedução" tiveram mais relações sexuais.

"Os sintomas verdadeiros ou supostos de intoxicação desempenham um grande papel em atividades sexuais de risco", observou a equipe.

O estudo mostrou que 14 por cento dos estudantes, que relataram ter feito sexo, e 6 por cento dos que não mantiveram relações sexuais, afirmaram "confiar nas histórias dos amigos no dia seguinte para entender o que aconteceu durante o encontro".

Em um outro estudo sobre o assunto, que ainda será publicado, Paul identificou diferenças surpreendentes na forma como os estudantes falaram sobre suas "piores" relações.

"Os homens, na maioria, observaram que as piores relações envolveram sexo com uma mulher que não consideravam muito atraentes ou desejáveis. As mulheres, por outro lado, se arrependeram de terem sido forçadas a fazer algo que não queriam."

Novamente, o álcool foi um fator preponderante. "Tanto homens quanto mulheres consumiram grande quantidade de bebidas alcoólicas em suas piores relações", acrescentou Paul.

A pesquisadora relata que os estudantes tenderam a falar aos amigos apenas sobre as transas mais positivas ou as melhores.

"Isso cria uma idéia na cabeça dos estudantes que o encontro ocasional é divertido. Não estão preparados para encontros ruins. Além do mais, isso leva estudantes mulheres a esconder experiências que podem ser interpretadas como casos ou dados de estupro", relatou Paul.

Sinopse preparada por Reuters Health

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