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Reações à anestesia podem provocar sérias complicações, alertam especialistas

21 de julho de 2010 (Bibliomed). O procedimento anestésico antes da cirurgia, mesmo quando são realizadas todas as medidas de segurança, não está livre de contratempos. E as reações alérgicas são as intercorrências mais comuns, segundo especialistas. As reações anafiláticas ocorrem após contato com o agente desencadeante, enquanto as anafilactoides ocorrem sem a existência desse contato.

Resposta exagerada do sistema imunológico a alguma substância estranha ao organismo, o choque anafilático é causados pela ação das células de defesa, chamadas de mastócitos e basófilos, mediadas por imunoglobulina E (IgE). “Em um quadro grave da reação anafilática, ocorre inflamação generalizada, com extravasamento de líquidos dos vasos sanguíneos para os espaços entre as células, com consequente queda da pressão arterial”, explica o médico Oscar César Pires, da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo.

Na anestesia geral, por ser utilizado um maior número de fármacos, é mais comum que ocorra algum tipo de reação, mas outros tipos de anestesia não estão livres de reações. “Em muitos casos, mesmo sem nenhuma história prévia, a reação alérgica pode ocorrer e de forma grave, com dificuldade respiratória, choque circulatório e até parada cardíaca”, ressalta o especialista.

Mulheres com idades entre 30 e 50 anos que apresentam alergia a alvejantes ou cosméticos, tiveram asma infantil, rinite ou que tenham história de alergia alimentar ou medicamentosa encontram-se no grupo de risco, e precisam de atenção redobrada.

Hipertermia Maligna

Além do choque anafilático, outro motivo de grande preocupação é a hipertermia maligna. Essa intercorrência é uma doença rara, hereditária e potencialmente fatal, caracterizada por resposta hipermetabólica quando há contato do indivíduo principalmente com succinilcolina ou anestésicos voláteis, como halotano, enflurano, isoflurano, sevoflurano ou desflurano.

Diferente do choque anafilático, essa complicação está diretamente relacionada ao procedimento anestésico, portanto, é de responsabilidade do anestesiologista conhecer e conduzir o diagnóstico nas diversas apresentações clínicas da anestesia. Como maneira de prevenção, é importante que todos os pacientes que apresentarem episódios suspeitos de hipertermia sejam candidatos à biópsia muscular para diagnóstico definitivo.

De acordo com o especialista, nas crianças, a ocorrência é em torno de uma a cada quinze mil anestesias, e, em adultos, uma a cada cinquenta mil. “São mais suscetíveis parentes de primeiro grau daqueles que apresentaram a síndrome”, destaca Oscar Pires.

Para o tratamento, existe um fármaco, o dantrolene sódico, que reduz o índice de mortalidade de 80% para aproximadamente 7%. Atualmente, todo hospital ou clínica que fizer uso de fármacos desencadeantes deve possuir esse medicamento, segundo o especialista.

Fonte: Acontece Comunicação e Notícias. Press release. 18 de junho de 2010.

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