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Ter muitos filhos pode aumentar o risco de derrame das mulheres, sugere estudo

24 de junho de 2010 (Bibliomed).  Mulheres que têm mais filhos apresentam uma característica que podem deixá-las mais propensas a sofrer um derrame, segundo estudo publicado na edição de junho da revista Stroke. De acordo com os autores, aquelas que tiveram mais filhos teriam uma taxa mais rápida de acúmulo de placas nas artérias do pescoço. Entretanto, ainda não está claro se esses resultados representariam maiores riscos de derrame em longo prazo.

Diversos estudos anteriores já sugeriam uma relação entre a quantidade de filhos e o risco de doença cardíaca e derrame para a mulher mais tarde. E essa relação poderia ser parcialmente explicada por fatores como ganho de peso e hábitos do estilo de vida. O novo estudo, portanto, traz evidências inéditas, associadas à gestação, que podem ajudar a explicar o possível maior risco das mulheres com muitos filhos.

Avaliando exames de ultrassom da artéria carótida de pessoas com idades entre 20 e 50 anos, pesquisadores australianos observaram um aumento da espessura íntima-média da artéria do pescoço - um indicador de acúmulo de placas nas artérias, que podem, em longo prazo, levar ao derrame - tanto em homens quanto nas mulheres em um período de seis anos: cerca de sete micrômetros por ano nas mulheres e nove para os homens. Entretanto, os resultados indicaram que esse espessamento era mais rápido para mulheres que tinham filhos: com a progressão aumentando em 7,5 micrômetros por filho. 

Os pesquisadores destacam que muitas mudanças biológicas que acompanham a gestação podem estar envolvidas nessa relação. “Por exemplo, os níveis de colesterol aumentam durante a gravidez, assim como a resistência ao hormônio insulina - que, fora da gravidez, é um precursor de diabetes tipo 2. A gestação também altera os níveis dos hormônios sexuais, incluindo estrógeno e testosterona, e cria um estado de inflamação no corpo”, escreveram os autores, acrescentando que essas alterações poderiam estar associadas ao espessamento das artérias.

Entretanto, os especialistas ressaltam a necessidade de mais estudos antes de considerar o histórico de gravidez como um fator de risco para derrame e doença cardíaca. Por enquanto, de acordo com o pesquisador Michael Skilton, do Instituto Baker IDI Heart & Diabetes, responsável pelo estudo, todas as mulheres devem ter foco em manter um estilo de vida saudável, com “uma dieta bem balanceada, exercícios regulares, não fumar e controlar os tradicionais fatores de risco para doença cardíaca e derrame, incluindo pressão alta, colesterol alto, obesidade e diabetes”.

Fonte: Stroke. 10 de junho de 2010.

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