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Filhos de mulheres que trabalham fora são mais propensos à obesidade, diz estudo

11 de junho de 2010 (Bibliomed).  O crescente número de mulheres trabalhando em período integral nas últimas décadas pode ser um dos fatores que contribuem para o atual crescimento da obesidade infantil, segundo estudo da University College London, no Reino Unido. Avaliando mais de 8,5 mil pessoas que foram acompanhadas desde o nascimento, em 1958, os pesquisadores descobriram que os filhos desses participantes tinham 50% mais chances de terem excesso de peso do que eles na infância. E uma das razões apontadas para essa tendência seria o maior número de mães trabalhando em período integral.

Publicados recentemente no American Journal of Epidemiology, os resultados indicaram que filhos de mulheres que trabalhavam em período integral tinham 48% mais chances de terem sobrepeso ou obesidade, comparados às crianças cuja mãe não trabalhava fora. Além disso, quando os pais eram obesos, a propensão das crianças ao excesso de peso era de três a seis vezes maior do que quando os pais tinham peso normal.

Segundo os pesquisadores, as taxas de obesidade entre os pais e de mulheres trabalhando fora cresceram entre as duas gerações, o que estaria associado ao crescimento da obesidade infantil. Em 1991, cerca de 60% das mães trabalhavam, incluindo 15% em período integral; enquanto, em 1965, essas taxas eram de 45% e 10%, respectivamente. Em relação à obesidade, no início da década de 90, a taxa era de 12% dos pais, contra 5% a 7% em 1965.

Embora os resultados indiquem que a maior presença da mulher no mercado de trabalho esteja associada à obesidade infantil, eles não provam uma relação causa e efeito, além de mostrar apenas uma pequena participação desse fator no crescimento da obesidade entre os pequenos: menos de 8% dos casos. Os especialistas acreditam que os filhos de mulheres que trabalham em tempo integral podem ter maior propensão à obesidade devido ao fato de terem menos refeições em família, o que pode culminar em dietas menos saudáveis, com mais açúcar e gordura.

Entretanto, eles destacam que o crescimento da obesidade infantil está associado a uma combinação de fatores, incluindo hábitos alimentares, redução das atividades físicas - por ficarem tempo demais em casa assistindo TV ou no computador -, entre outros aspectos, que devem ser considerados.

Fonte: American Journal of Epidemiology. 20 de maio de 2010.

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