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Remédio Para Pressão Pode Reduzir Risco de Demência em Idoso

Por Chris Cunningham

NOVA YORK (Reuters Health) - Drogas que diminuem o risco de doenças nas artérias -- como as que baixam a pressão sanguínea e os níveis de colesterol, previnem os perigosos coágulos sanguíneos e tratam da diabete -, também ajudam a reduzir o risco de demência em idosos, informou um estudo publicado na edição de setembro da publicação da Sociedade Americana de Geriatria.

Ao diminuir o risco de doenças arteriais, esses medicamentos ajudam a manter o fluxo sanguíneo para o cérebro. Conforme o estudo, a manutenção do fluxo sanguíneo cerebral parece cortar o risco de prejuízo intelectual na velhice, incluindo a doença de Alzheimer.

"Existe uma evidência crescente de que a doença cerebrovascular contribui para o desenvolvimento, a progressão e o aparecimento da doença de Alzheimer", disse à Reuters Health, Hugh C. Hendrie, da Escola de Medicina da Universidade de Indiana.

Em amostras aleatórias de 2.212 afro-americanos com 65 anos de idade ou mais, a equipe de Hendrie verificou que uma gama enorme de drogas que baixam a pressão sanguínea e o colesterol, regulam a diabete e afinam o sangue reduziram o risco de prejuízo mental em mais de 25 por cento.

"O fator de risco vascular controlado por remédios, quando examinado junto (remédios anti-hipertensão, antidiabéticos, anti-hiperlipidêmicos e antitrombóticos), foi associado a uma redução significativa do risco de prejuízo cognitivo, após descartar fatores como idade, educação e derrame", informou a equipe.

De acordo com Hendries, quando os pesquisadores observaram cada droga separadamente, verificaram que os anti-hipertensivos, medicamentos que controlam a pressão sanguínea, mostraram maior habilidade para proteger atributos mentais, como a memória, o raciocínio e o julgamento.

Para verificar se havia sinais de demência, os pesquisadores perguntaram aos participantes se eles sabiam data e local onde estavam. Também perguntaram aos familiares sobre a habilidade funcional dos participantes e depois executaram uma extensa avaliação clínica nas casas dos pacientes.

Embora existam evidências que mostram a necessidade de um tratamento agressivo para hipertensão na meia-idade, Hendrie explica que tratar o idoso tem sido mais polêmico, já que a pressão sanguínea nessa faixa etária tende a ser instável.

Segundo o pesquisador, baixar muito a pressão sanguínea também pode ser perigoso ao criar uma condição conhecida como hipotensão, que provoca sintomas como tontura e desmaio.

As exceções observadas pelos pesquisadores foram certas drogas para pressão sanguínea que são "ativadoras centrais" ou aquelas que atuam no sistema nervoso central. Eles verificaram riscos dobrados para o enfraquecimento mental e, possivelmente, até o aumento na deterioração mental.

Na doença cerebrovascular, uma das causas primárias para o processo de enfraquecimento mental em idosos, o distúrbio arterial interfere no suprimento sanguíneo para o cérebro.

Pressão sanguínea elevada, diabete e colesterol alto são fatores de risco para doença cerebrovascular. Segundo Hendrie, os afro-americanos mais velhos têm maior possibilidade de desenvolver doença cerebrovascular e, consequentemente, alto risco de demência.

"Se o cérebro apresenta doença vascular, assim como a doença de Alzheimer, as funções cognitivas vão piorar. Estamos procurando prevenir os fatores de risco", disse Hendrie.

Os autores admitiram que o estudo não mostra se os efeitos na função mental eram resultado direto dos medicamentos ou de outros fatores.

"Por exemplo, pessoas mais velhas que visitam os médicos e tomam remédios podem também aderir a uma dieta mais saudável. É possível que indivíduos com prejuízo cognitivo ou demência subutilizem serviços médicos", disse Hendrie.

A equipe de pesquisa planeja realizar mais estudos para examinar os efeitos dessas drogas a longo prazo.

Sinopse preparada por Reuters Health

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