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Especialistas recomendam amamentação prolongada para crianças com alergia ao leite de vaca

15 de outubro de 2009 (Bibliomed). O aleitamento materno deve ser estimulado e prolongado em crianças com alto risco de hipersensibilidade, com o consumo de leite de vaca sendo evitado pela mãe durante a lactação, segundo pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso. De acordo com os especialistas, o leite materno é importante para o recém-nascido em vários aspectos, mas, quando o bebê apresenta manifestações de alergia alimentar, é importante que a mãe evite a ingestão do leite de vaca no período de amamentação, para evitar sensibilização do lactente pelas proteínas com potencial alergênico existentes nesse alimento.

Para ilustrar essa recomendação, os pesquisadores apresentaram, neste mês, no Congresso Brasileiro de Pediatria, o caso de uma criança de seis meses de idade, do sexo masculino, que apresentou uma série de manifestações alérgicas após ingerir, pela primeira vez, leite de vaca integral. Natural do Japão e procedente de Cuiabá-MT, a criança – que estava em aleitamento materno exclusivo – apresentou falta de ar, respiração ruidosa e aparecimento de placas descamativas e que coçavam na pele dos membros, orelhas, palma da mão e planta dos pés após a primeira ingestão de 20 ml de leite de vaca.

"A alergia alimentar é mais comum em crianças, cuja prevalência estimada é de 6% em menores de três anos. As manifestações cutâneas são as mais comuns sendo em sua maioria mediadas por IgE. A urticária induzida pelo leite de vaca pode vir acompanhada de sintomas gastrintestinais, respiratórios, e reações graves e fatais podem ocorrer mesmo na primeira exposição conhecida ao leite", destacaram os autores, explicando o caso apresentado.

De acordo com os pesquisadores, a resposta alérgica ao consumo do leite de vaca foi controlada com o uso de antialérgico oral na criança – que não apresentava febre, diarreia vômito, tosse ou síncope. E foram realizados exames como hemograma eosinofilia; IgE total, IgE específica para alfa-lactoalbumina e beta-lactoglobulina, e IgE específica para caseína.

A mãe – que já havia apresentado alergia ao leite de vaca na infância e rinite alérgica – foi orientada a não oferecer leite ou derivados, mantendo o aleitamento materno pelo máximo de tempo possível. "Em crianças de alto risco para atopia, o aleitamento materno deve ser estimulado e prolongado. Apesar de controverso, durante a lactação pode ser excluída a ingestão do leite de vaca pela mãe, para evitar sensibilização do lactente pelas proteínas com potencial alergênico existentes no leite de vaca como no caso relatado", concluíram os autores.

Fonte: 34º Congresso Brasileiro de Pediatria. Outubro de 2009.

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