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Cobertura da mídia pode afetar venda de produtos com gordura trans

30 de abril de 2009 (Bibliomed). A imprensa cumpre um papel significativo na informação das pessoas para a adoção de hábitos saudáveis. Segundo novo estudo publicado no American Journal of Preventive Medicine, as reportagens sobre os riscos das gorduras trans para o coração parecem mudar os hábitos de consumo do público, mas apenas por um curto período.

As gorduras trans são um tipo especial de gordura formada a partir de ácidos graxos insaturados. Ela está presente em alguns alimentos processados, como nos salgadinhos de pacote, batatas fritas industrializadas, biscoitos, bolos e pipocas de microondas. E são associadas à piora nos níveis de colesterol, ao entupimento das artérias e a um maior risco cardiovascular.

Na nova pesquisa, avaliando dados de vendas da maior cadeia de supermercados de Los Angeles, Estados Unidos, durante 129 semanas entre os anos de 2005 e 2007, os pesquisadores notaram que as vendas de produtos que continham gordura trans caíam significativamente na semana que se seguia à cobertura da mídia sobre a gordura “perigosa para o sistema cardiovascular”.

Os resultados indicaram também que essa influência da mídia sobre o consumo de gordura trans se tornou ainda maior depois que a FDA – órgão que controla alimentos e medicamentos nos Estados Unidos – passou a exigir que alimentos com mais de 0,5 g dessa gordura por porção tragam essa informação na embalagem.

Porém, segundo os autores, esse impacto durava pouco – após uma semana de queda nas vendas de produtos com gordura trans, elas começavam a se normalizar. “Na falta de mudanças mais profundas na política de alimentos e na educação pública, a cobertura da mídia pode ser insuficiente para produzir reduções duradouras nas compras e no consumo de gordura trans”, concluiu o pesquisador Dominick L. Frosch, da Universidade da Califórnia.

Fonte: American Journal of Preventive Medicine. Maio de 2009.