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Especialistas alertam para os efeitos adversos das estatinas

02 de janeiro de 2009 (Bibliomed). As estatinas – medicamentos largamente usados no controle do colesterol – são reconhecidamente eficazes na redução do risco cardiovascular e por outros benefícios à saúde. Porém, em artigo publicado no American Journal of Cardiovascular Drugs, pesquisadores da Universidade da Califórnia listam cerca de 900 estudos sobre os efeitos adversos dessas drogas.

“Problemas musculares são os mais conhecidos efeitos adversos das estatinas”, destacaram os autores. “Porém, problemas cognitivos e neuropatia periférica, ou dor ou parestesias (sensações na pele, como formigamento, frio, calor, pressão) nas extremidades como os dedos são largamente relatados”, completou a pesquisadora Beatrice Golomb.

De acordo com os autores, muitos dos efeitos negativos da droga estão associados a danos provocados nas estruturas celulares responsáveis pela produção de energia – as mitocôndrias. As estatinas agem sobre mecanismos associados à produção de colesterol, que são os mesmos da produção da coenzima Q10 – importante na produção de energia dentro das mitocôndrias e na redução dos radicais livres. E a perda desse composto faz aumentar o estresse oxidativo e o dano ao DNA, deixando o organismo mais vulnerável.

A ligação entre as propriedades antioxidantes das estatinas e os riscos mitocondriais poderia ajudar a explicar porque esses medicamentos podem ajudar a proteger algumas pessoas dos mesmos problemas que ajuda a causar em outras – como problemas musculares, renais e arritmia cardíaca.

Fatores de risco

No artigo, os especialistas apresentam evidências de que as mais altas doses de estatinas ou as versões mais poderosas desse medicamento – com maior capacidade de reduzir o colesterol –, assim como certas condições genéticas, estão associadas a um maior risco de sofrer efeitos colaterais.

“O risco de efeitos adversos aumenta com a idade, e isso ajuda a explicar por que os benefícios das estatinas não têm sido apresentados como excedendo os riscos naqueles com mais de 70 ou 75 anos de idade, e mesmo naqueles com doença cardíaca”, disse Beatrice Golomb. Os autores explicam que a pressão alta e o diabetes, por estarem associadas a danos nas mitocôndrias, também aumentam os riscos de complicações no uso de estatinas.

Segundo os especialistas, “o conhecimento dos médicos de tais efeitos colaterais é reportadamente baixo”. Por isso, eles defendem a necessidade de os médicos estarem atentos aos efeitos adversos nesses pacientes, visando oferecer informações sobre as opções de tratamento e melhorar os cuidados.

Fonte: UC San Diego News Center. 28 de janeiro de 2009.

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