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Uso de esteróides pode provocar o glaucoma, alerta especialist

28 de novembro de 2008 (Bibliomed). Os esteróides (corticoesteróides) usados no tratamento de problemas respiratórios podem desencadear o glaucoma, segundo o oftalmologista Juscelino de Oliveira, do Hospital Oftalmológico de Brasília. De acordo com o especialista, cerca de 12% dos pacientes que procuram atendimento para esse problema nas clínicas oftalmológicas adquirem a doença por fatores não-genéticos, com 3% dos casos desencadeados pelo uso contínuo de corticóides.

O glaucoma – ou neuropatia óptica glaucomatosa – é a maior causa de cegueira irreversível do mundo, e é causado por um dano no nervo óptico, principalmente provocado pelo aumento da pressão interna do olho. Segundo especialistas, o uso regular de produtos com cortisona/esteróides pode causar aumento da pressão intra-ocular, sendo um fator de risco para a doença.

“A pressão intra-ocular elevada é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de glaucoma, não existindo, contudo, uma relação causal direta entre um determinado valor da pressão intra-ocular e o aparecimento da doença. Enquanto uma pessoa pode desenvolver dano no nervo com pressões relativamente baixas, outra pode ter pressão intra-ocular elevada durante anos sem apresentar lesões”, explica Juscelino de Oliveira.

De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o glaucoma atinge cerca de 985 mil brasileiros, e mais da metade (635 mil pessoas) não sabe que possui a doença. A forma mais comum é o tipo crônico simples (primário), registrado em 80% dos casos diagnosticados. E o glaucoma secundário ocorre como uma complicação de várias condições médicas.

Grupos de risco

“Pessoas acima de 40 anos de idade; com histórico de glaucoma na família; pressão intra-ocular elevada; portadores de diabetes, hipertensão e alta miopia; usuários de corticóides por longo tempo; ou que já sofreram lesões oculares devem ficar atentas e realizar exames oftalmológicos regularmente, pelo menos a cada seis meses. Além disso, devem exigir a medição da pressão intra-ocular e o exame de fundo de olho, fundamentais para a detecção do glaucoma”, alerta o médico.

O oftalmologista comenta que muitos pacientes só descobrem o glaucoma com a visão já comprometida, uma vez que não apresenta dor, coceira ou ardência. O traço quase imperceptível é a perda da visão periférica. No começo, o dano é sutil, e pode não ser percebido pelo paciente. E a perda de visão é irreversível, mas pode ser prevenida ou atrasada com o tratamento”.

Fonte: Assessoria de imprensa do Hospital Oftalmológico de Brasília. Press release enviado em 27 de novembro de 2008.

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