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Por Maggie Fox, Correspondente de Saúde e Ciência.
WASHINGTON (Reuters) - Uma combinação de drogas novas e antigas pode ser uma forma segura de prevenir o câncer de cólon em algumas pessoas. A conclusão do trabalho de pesquisa foi publicado na última edição da revista Nature Medicine.
A droga antiga, um analgésico conhecido como sulindac, combinado com a droga experimental EKB-569, da empresa Wyeth-Ayerest, preveniu a formação de pólipos potencialmente cancerosos em metade dos ratos testados por pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, e da Wyeth-Ayerst Research.
"Nossos resultados indicam um caminho promissor para o uso de drogas na prevenção do câncer de cólon e reto em seres humanos, no futuro", escreveram os pesquisadores.
A aspirina (ácido acetilsalicílico) e as drogas similares têm se mostrado como possibilidades na prevenção do câncer do cólon, que é o terceiro tipo de câncer que mais causa mortes nos Estados Unidos e em outros países industrializados.
Essas drogas, no entanto, podem ter efeitos colaterais mortais. Estima-se que 16 mil norte-americanos morrem a cada ano em consequência de hemorragias gastrointestinais e outros efeitos colaterais causados pela aspirina e por drogas antiinflamatórias não-esteróide (NSAIDS).
Os pesquisadores do Wyeth trabalharam com a equipe do especialista em câncer do cólon Bert Volgelstein no Johns Hopkins e procuraram uma forma para reduzir esse risco.
Conseguiram encontrar um produto, chamado EKB-569, e testaram em ratos junto com o NSAID sulindac, usado experimentalmente para prevenir o câncer de cólon, podendo ter como efeito colateral mortal, a hemorragia.
O EKI-569 interfere com uma enzima conhecida como receptor para o fator de crescimento epidermal (EGFR) cinase. A família EGF tem sido associada frequentemente com o câncer de cólon e câncer de seio.
Os pesquisadores deram a combinação de drogas a uma raça especial de ratos, sem sistema imune apropriado e propensos a pólipos intestinais.
Acredita-se que esses pólipos se transformam em câncer de cólon. O defeito genético no rato é similar aos encontrados em pessoas com polipose adenomatosa familiar (FAP), síndrome que pode torná-los suscetíveis ao câncer de cólon.
"O EKB-569, quando usado sozinho, reduziu a formação de pólipos em 87 por cento. A combinação do EKB-569 e o sulindac produziu proteção contra o desenvolvimento do tumor", escreveram os pesquisadores.
A equipe também informou que houve uma redução de 95 por cento nos pólipos pré-tumorais, em 47 por cento dos ratos tratados com a terapia combinada não houve nenhum tumor e 100 por cento dos ratos no grupo de controle (sem tratamento) desenvolveram tumores, com uma média de 20 pólipos por animal.
Os ratos aparentemente não sofreram nenhum efeito colateral e quando foram sacrificados e examinados pareciam não ter qualquer inflamação nos intestinos.
"A coisa mais surpreendente foi que cerca de metade dos ratos tratados não teve absolutamente qualquer tumor, algo sem precedentes.
Os animais que tiveram tumor, tiveram um ou dois, comparados aos do grupo controle (sem tratamento), que desenvolveram em média 20 tumores", declarou Vogelstein. Para Raymond Dubois e Rajnish Gupta do Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, em Nashville, a nova classe de drogas, os inibidores de COX-2, pode funcionar melhor com o EKB-569.
Os inibidores COX-2 foram desenvolvidos para ter menos efeitos colaterais que os NSAIDs e alguns são associados à redução do risco do câncer de cólon.
Sinopse preparada por Reuters Health
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