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Ter Saúde Sob Controle Pode Ajudar a Tratar Depressão

Por Nancy Deutsch

NOVA YORK (Reuters Health) - A sensação de ter a saúde sob controle pode ajudar os pacientes a se recuperar da depressão, conforme resultado de um estudo norte-americano.

Conforme os autores do estudo, outros fatores associados à recuperação entre pacientes sendo tratados para depressão incluiu depressão mais suave e ausência de doenças médicas mais sérias.

"O que você pensa que pode fazer para se ajudar a ficar melhor é importante", disse à Reuters Health a pesquisadora Charlotte Brown da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, na Pensilvânia.

Segundo a pesquisadora, sentir-se sem ajuda na vida é parte do fenômeno da depressão e por isso ter senso de controle sobre o tratamento pode funcionar. Contudo, há também um aspecto biológico para depressão. "Não está tudo na sua cabeça", acrescenta Brown.

A pesquisadora informa que outros estudos indicaram que ter controle sobre a saúde acelera a recuperação de várias doenças não apenas a depressão. Contudo, "observamos especificamente a relação para a redução dos sintomas e status de recuperação" nas unidades de atendimento primário, disse Brown à Reuters Health. Muitas pessoas com depressão não procuram psiquiatras e são tratadas pelos seus médicos habituais.

Brown e seus colegas analisaram os efeitos entre 181 pacientes que receberam oito meses de tratamento para depressão moderada e grave nas unidades de atendimento primário. Aqueles sem outros problemas psiquiátricos (como distúrbio de ansiedade), e aqueles que relataram sentir controle sobre a saúde estavam mais suscetíveis a se recuperar ao final de oito meses.

Ao mesmo tempo, os pesquisadores também verificaram que aqueles que receberam tratamento padrão se saíram melhor. As descobertas foram publicadas na edição de julho/agosto do General Hospital Psychiatry.

Conforme o estudo, o tratamento padrão está baseado em regras definidas para tratar depressão, incluindo o uso da droga antidepressiva nortriptilina e psicoterapia interpessoal.

Segundo Brown, algumas vezes, essas orientações não são seguidas estritamente no consultório do clínico, mas os pacientes se saem melhor quando seguem o tratamento padrão.

Os afro-americanos no grupo estudado tiveram sintomas mais graves de depressão. Entretanto, este grupo também se saiu bem com o tratamento. Conforme Brown, quando os pesquisadores observaram a redução dos sintomas e a recuperação funcional, "a raça não era uma questão".

As descobertas do estudo demonstram que os médicos precisam levar em conta se um paciente tem um problema psiquiátrico coexistente quando lida com uma pessoa deprimida. "Realmente precisamos considerar o assunto logo no início", explicou Brown.

Além disso, os clínicos precisam descobrir a visão do paciente sobre sua saúde e habilidade para administrar suas doenças. Um paciente que se sente sem ajuda pode se recuperar melhor se for encorajado, o que pode ser tão simples como informar o paciente sobre a depressão, notou Brown.

"A depressão é tratável", declarou Brown. Além disso, ser envolvido no seu próprio cuidado - perguntando e sendo ativo - ajuda a acelerar o processo de recuperação, disse a pesquisadora.

Sinopse preparada por Reuters Health

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