Notícias de saúde
02 de janeiro de 2007 (Bibliomed).
A doença de Crohn é um distúrbio inflamatório que afeta primariamente o
intestino, apesar de se manifestar em qualquer segmento do trato digestivo.
Classicamente se considera que esta inflamação seja decorrente de um erro do
sistema de defesa do organismo. Este sistema é o responsável pela migração de
células sangüíneas para os diversos segmentos intestinais e conseqüente pela
produção de resposta inflamatória.
Um novo artigo, publicado na revista Gut, avaliou os recentes avanços nos
estudos e tratamentos da doença de Crohn, os quais dão suporte à teoria clássica
da doença.
Atualmente aceita-se que o fator deflagrador da inflamação, nesta doença, seja o
resultado da ativação do sistema de defesa do organismo, por bactérias presentes
na flora normal do intestino, bem como por alguns produtos produzidos por estas
bactérias. Nos indivíduos, com propensão para desenvolver a doença, haveria uma
incapacidade do sistema de defesa de barrar esta resposta inflamatória.
Acredita-se que esta incapacidade seja geneticamente mediada, e com isso,
haveria o desencadeamento de uma cascata de eventos imunológicos, que culminam
na instalação da inflamação e consequentemente da doença.
O estudo também revela, que os mecanismos responsáveis pelas manifestações
extra-intestinais da doença de Crohn, seriam semelhantes aos que produzem a
doença intestinal. Assim, o processo inflamatório encontrado no doente, com
manifestações na pele, é semelhante ao processo inflamatório do intestino, além
de ter uma base imunológica similar.
O autor relata, que o tipo de bactéria presente no trato digestivo, poderia
também ter uma relação direta com o risco de desenvolver a doença. Além disso, o
tabagismo e o uso de medicamentos antiinflamatórios, também estariam associados
com maior risco de desenvolver a doença.
Outro fator que contribui, para reafirmar a validade da teoria de disfunção do
sistema de defesa e que explicaria a origem da doença de Crohn, é a reação
positiva ao uso de medicamentos imunossupressores, que a maioria dos doentes
tratados apresenta.
Fonte: Gut 2007; 56: 2 – 5.
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