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Podem as bebidas energéticas modificar os efeitos do álcool?

16 de setembro de 2004 (Bibliomed). Existem informações populares acerca do uso combinado de álcool e bebidas energéticas, como Red Bull ®, e outras semelhantes, e que contêm cafeína, taurina, carboidratos, etc. Segundo a crença geral, estas bebidas energéticas seriam capazes de reduzir os efeitos depressivos causados pelo álcool sobre o sistema nervoso central, fazendo que os efeitos estimulantes da bebida alcoólica passassem a predominar - entretanto, até agora, nenhum estudo controlado havia sido realizado.

Uma nova pesquisa foi publicada a respeito do assunto no número de setembro da revista Alcoholism: Clinical and Experimental Research, e realizada na Universidade de São Paulo. O principal propósito deste estudo foi o de verificar os efeitos do álcool, e do álcool combinado com bebidas energéticas, no desempenho de voluntários em um teste de esforço máximo realizado em bicicleta ergométrica, e também os efeitos em indicadores fisiológicos, como, por exemplo, a absorção de oxigênio, além de outros.

Na pesquisa, foram avaliados 14 voluntários do sexo masculino, em quatro sessões, cada sessão com uma semana de intervalo. Os voluntários a cada semana receberam uma bebida diferente - água, uma bebida alcoólica, uma bebida energética, ou álcool mais uma bebida energética. Os voluntários foram a seguir colocados em uma bicicleta ergométrica para testar o seu desempenho. Amostras de sangue dos voluntários foram também coletadas para a realização de diversos exames.

O desempenho no teste de esforço máximo observado depois de álcool + ingestão de bebida energética foi semelhante ao encontrado depois da ingestão de álcool isoladamente. Nenhuma diferença significativa entre álcool e álcool + bebida energética foi encontrada nos parâmetros fisiológicos e bioquímicos analisados. Os achados do estudo sugerem que as bebidas energéticas, pelo menos nas doses testadas, não melhoraram o desempenho ou reduziram alterações induzidas pela ingestão aguda de álcool.

Fonte: Alcoholism: Clinical and Experimental Research, September 2004, Volume 28, Issue 9

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