Notícias de saúde
19 de julho de 2004 (Bibliomed).
Uma nova pesquisa demonstra que as mulheres com uma condição chamada
vulvodinia têm uma maior sensibilidade à dor por todo o seu corpo.
A vulvodinia foi por muito tempo pouco diagnosticada e mal compreendida. Apenas
nos Estados Unidos 200.000 mulheres sofrem deste distúrbio. Mulheres com esta
condição relatam freqüentemente uma dor aguda e severa quando tocadas em sua
área genital. A vulva é o tecido que cerca a abertura vaginal.
Pouco é conhecido sobre a causa para esta dor. Muito tipicamente, os médicos
podem não encontrar nenhum dano tecidual, nenhum corrimento vaginal, nenhuma
infecção ou reação inflamatória evidente.
Um novo estudo, que aparece no número atual da revista Obstetrics & Gynecology
traz novas informações acerca desta condição misteriosa.
Examinando um pequeno grupo de mulheres com vulvodinia, os pesquisadores
verificaram que elas tinham um aumento da sensibilidade à dor em muitas áreas do
corpo - não só na vulva -, e que o uso de antidepressivos que diminuem as
sensações neurais ao longo do corpo são de benefício para estas mulheres.
Para chegar a estas conclusões os pesquisadores avaliaram 17 mulheres com
vulvodinia e 23 mulheres sem dor, as quais serviram como controles. A tolerância
à dor de cada mulher - de "leve" para "levemente intenso" – foi medida quando
aplicada pressão ao tecido da vulva. Os investigadores também testaram pontos
longe da vulva: as coxas, parte superior do braço, perna, e unha do polegar.
Como esperado, as pacientes com vulvodinia tinham uma maior sensibilidade na
vulva, mas apresentavam maior sensação de dor nos pontos fora da vulva; elas
eram mais sensíveis que as mulheres do grupo-controle. Os cientistas concluíram
que a dor envolvia o resto do sistema nervoso, e não só a vulva.
O achado também indica que os medicamentos antidepressivos podem ajudam se
diminuir a sensibilidade dos nervos, diminuindo o quadro da vulvodinia.
Fonte: Obstetrics & Gynecology, July 2004; vol 104: pp 126-133.
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