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EUA não Devem Seguir Britânicos em Proposta Sobre Clonagem

Por Maggie Fox

WASHINGTON (Reuters) - Médicos britânicos recomendaram na quarta-feira que a clonagem humana terapêutica seja permitida para pesquisas médicas, mas não para produzir pessoas iguais. Os Estados Unidos, no entanto, estão divididos sobre a questão.

A idéia da clonagem terapêutica é produzir pequenas massa de células, chamadas pré-embriões, que poderiam ser fontes de células-tronco. Essas células podem produzir qualquer tipo de célula e os médicos esperam um dia poder usá-las para fazer crescer órgãos para transplantes e tecidos destinados a tratar desde paralisia a diabete.

O médico-chefe da Grã-Bretanha, Liam Donaldson, recomendou que os cientistas britânicos recebam permissão para clonar embriões humanos para usar em células-tronco e pesquisas relacionadas. Agora o Parlamento britânico vai votar o assunto.

Como a criação e destruição de um embrião humano está envolvida nesse tipo de procedimento, muitos grupos nos Estados Unidos se opõem.

Atualmente as pesquisas podem ser feitas por empresas privadas, mas cientistas financiados por fundos federais não podem usar a tecnologia de clonagem para fabricar células humanas.

O Instituto Nacional de Saúde (NIH, sigla para National Institute of Health) dos EUA quer mudar a lei para tornar a terapia a partir da técnica de clonagem legal para cientistas financiados por fundos governamentais. Além disso, o órgão planeja revisar as regras referentes a esses procedimentos ainda este ano.

O Congresso dos EUA também já está avaliando a questão. Para conservadores como o senador republicano do Kansas, Sam Browback, não existe nenhuma circunstância em que um embrião humano deva ser destruído, nem os embriões que restam nos tubos de ensaios, resultantes de esforço para fertilização.

Brownback e outros ameaçam fazer uma legislação para retirar da lei até mesmo o financiamento das pesquisas. "Devemos continuar lutando para ajudar a curar doenças e aliviar o sofrimento das pessoas. Não é aceitável que se mate deliberadamente um ser humano inocente para ajudar outro", disse Brownback em uma audiência em abril.

No outro da lado da questão estão os cientistas que realizam a pesquisa, incluindo o NHI e o presidente da Comissão Nacional do Conselho Bioético.

Eles querem usar que resta dos embriões dos testes de tubo de ensaio para obter células-tronco com o consentimento das mães. O senador republicano da Pensilvânia, Arlen Especter, é o responsável por um projeto de lei que poderia permitir isso.

Alguns grupos acham que outras fontes de células-tronco, de adultos, deveriam ser exploradas.

Pesquisas sugerem que essas células, que até pouco tempo se acreditava que tinham destinos predeterminados, podem ser manipuladas para produzir uma larga escala de tecidos. Um grupo chamado 'Do No Harm' (não cause danos) se apoiou a um estudo publicado na segunda-feira, sugerindo que células-tronco da medula óssea humana poderiam ser transformadas e se tornar células nervosas.

Para o grupo, o estudo confirma que as regras federais propostas para destruir embriões humanos para obter células-tronco são imorais e contra a vontade do Congresso e também desnecessárias.

Entre os integrantes do grupo está o ex-diretor da Food and Drug Administration (FDA), agência para controle de drogas e alimentos, Frank Young.

Conforme Gearhart, ainda é muito cedo para dizer se as células-tronco de adultos são uma boa fonte. "Não sabemos até onde podemos ir, pois não há evidência que os transplantes dessas células funcionem ou que possamos ter células suficientes. Nos dois casos, ainda temos muito trabalho a fazer e deveríamos seguir em frente nas duas situações", disse o pesquisador.

Sinopse preparada por Reuters Health

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