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Pesquisa dá nova esperança a pacientes com lesão medular

27 de Junho de 2002 (Bibliomed). Uma pesquisa inédita em andamento no Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) da Universidade de São Paulo (USP) traz uma nova esperança para as pessoas que têm lesões na medula espinhal e perderam os movimentos. Os cientistas vão utilizar células-tronco na tentativa de repor as células da medula lesada.

A medula espinhal é responsável pela transmissão de impulsos nervosos entre o cérebro e os órgãos do corpo humano. Suas células, diferentemente do que ocorre em outros tecidos, não são capazes de se regenerar. Por isso, a medula não é capaz de recuperar suas funções após uma lesão, ocasionando perda da mobilidade e sensibilidade.

As células-tronco, oriundas da medula óssea, estão presentes nos adultos e são capazes de se diferenciar em outros tipos de células se necessário, isto é, podem assumir novas funções e assumir o papel das células lesadas. Segundo os coordenadores do estudo, Erika Barros e Tarcisio Eloy Pessoa de Barros Filho, a expectativa é que as células-tronco se diferenciem e recomponham a medula espinhal, restabelecendo sua função.

Trinta pacientes participam da fase inicial da experiência. Eles terão células-tronco extraídas do organismo e reimplantadas no local da lesão medular. A vantagem é que como as células são de uma mesma pessoa, não existe o risco de haver rejeição. Do grupo, a paciente mais conhecida é a treinadora de ginástica Georgete Vidor, que se tornou paraplégica após um acidente automobilístico, em 1997.

Apesar de ter dado resultados positivos em animais, a técnica proposta pelos pesquisadores da USP deve levar pelo menos cinco anos para ser avaliada em seres humanos. Se os cientistas estiverem no caminho certo, portadores de deficiência física de todo o mundo vão poder voltar a realizar tarefas hoje consideradas impossíveis, como andar ou sentir braços e pernas.

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