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Orientação Sexual é Normal em Mulher com Cromossomo Masculino

Por Merrit McKynney

NOVA YORK (Reuters Health) - A maioria das mulheres com uma mutação genética rara em que têm os mesmos cromossomas sexuais de homem está satisfeita com sua vida sexual, segundo resultados de um novo estudo publicado na edição de agosto da revista Clinical Endocrinology & Metabolism.

Normalmente, os fetos com cromossomos sexuais XX desenvolvem-se como meninas e fetos com cromossomos sexuais Xy se tornam meninos.

Um distúrbio genético chamado Síndrome da Insensibilidade Andrógena Completa (Cais, sigla em inglês para complete androgen insensitivitiy syndrome) faz que fetos Xy não respondam aos hormônios masculinos chamados andrógenos e se tornem meninas em vez de meninos.

As mulheres com essa condição são fisicamente fêmeas mas útero e trompas de falópio não são desenvolvidos e são encontrados testículos (gônadas masculinas) no seu abdômen. O problema geralmente permanece indetectado até a puberdade, quando as garotas não começam a menstruar. As mulheres com Cais são estéreis e não podem ter filhos.

Em um estudo realizado com 14 mulheres com Cais entre 20 e 60 anos de idade, cerca de 80 por cento disseram estar satisfeitas com sua orientação sexual e o orgasmo. Contrariando a idéia que o andrógeno era necessário para produzir um orgasmo.

"É uma pequena surpresa para nós. Claramente, não é necessário para ter um orgasmo", disse à Reuters Health Claude J. Migeon, um dos autores do estudo.

Ao contrário do que se imaginava, que algumas pacientes eram infelizes em consequência de certos efeitos físicos da condição, os pesquisadores relataram que a maioria das mulheres disse estar satisfeita com sua aparência.

A condição pode produzir uma vagina rasa ou pouco profunda que pode ser corrigida cirurgicamente. Os pesquisadores também relataram que as mulheres sentem-se altamente femininas e não masculinas.

"As mulheres com Cais relatam mais amplamente atração sexual, fantasias e experiências melhor descritas como heterossexual feminino", escreveram os pesquisadores.

Migeon notou que cerca de metade das mulheres do estudo não estava usando a terapia de reposição de estrogênio, como recomendado para as pacientes com esse distúrbio.

Segundo informou, as pacientes com a síndrome têm alto risco de ter ossos enfraquecidos e osteoporose e cerca de metade das mulheres do estudo mostrou sinais de complicações ósseas. "Este é o maior problema que pode ser corrigido no futuro", disse Migeon.

Sinopse preparada por Reuters Health

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