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25 de Abril de 2003 (Bibliomed). Um número cada vez maior de casais adota métodos contraceptivos que necessariamente exigem a participação do homem, como o preservativo, a vasectomia, o coito interrompido e a tabela. Essa tendência para uma maior participação masculina na escolha e adoção do método contraceptivo atinge, sobretudo, casais com renda e escolaridade elevadas. Essa conclusão foi apresentada pela equipe de Graciana Alves Duarte, do Centro de Pesquisas Materno-infantis de Campinas (SP), em artigo publicado na última edição dos Cadernos de Saúde Pública, revista da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Os pesquisadores analisaram dados coletados em entrevistas com professores, alunos, funcionários e trabalhadores do setor de obras de uma universidade paulista. Quase 40% dos entrevistados - principalmente professores e alunos, que têm uma melhor inserção social - relataram usar algum método contraceptivo de participação masculina. Esse percentual é superior ao verificado em estudos desenvolvidos há alguns anos. “Cerca de um em cada cinco entrevistados estava usando o preservativo, e um em cada oito havia feito vasectomia por ocasião da entrevista”, escrevem os pesquisadores.
Entretanto, os resultados desse estudo não podem ser generalizados, já que a população investigada está inserida em uma comunidade universitária e tem maior acesso à informação que a maioria dos brasileiros. De qualquer forma, para os pesquisadores “tais resultados são extremamente encorajadores, já que se sabe que muitas mudanças culturais iniciam-se entre os indivíduos com maior nível de instrução”.
O papel masculino na manutenção da saúde reprodutiva do casal passou a ser amplamente discutido a partir dos anos 80, com o surgimento da epidemia de Aids e a as conquistas sociais da mulher. No entanto, de acordo com o trabalho do Centro de Pesquisas Materno-infantis de Campinas, para garantir que o homem efetivamente assuma sua parcela de responsabilidade no processo reprodutivo, é necessário implementar programas educativos e ampliar o acesso a serviços de saúde de boa qualidade.
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